Até dia 22/11 o público vai poder conhecer as obras expostas na Bienal de Arte Digital que ocupa o Oi Futuro, no Flamengo. O evento, totalmente gratuito, traz trabalhos de mais de 60 artistas brasileiros e estrangeiros – entre elas “Gil Futurível”, uma homenagem ao músico Gilberto Gil produzida pelos cariocas Clélio de Paula e Floriano Varejão e pela Azimove Labs.
Através de óculos de realidade virtual, “Gil Futurível” convida o público a entrar em uma espécie de galeria de arte com capas dos discos de Gilberto Gil, seus figurinos icônicos, sua farda de Imortal da Academia Brasileira de Letras e, por fim, seu escaneamento 3D – uma espécie de holograma hiper-realista, tudo isso sonorizado pela canção “Futurível”, do compositor. A sensação é de se estar frente a frente com o próprio Gil, em tamanho real. A obra apresenta ainda um busto tátil do artista que, em três dimensões, permite que pessoas com deficiência visual possam ao tocá-lo e formar sua imagem do artista. A experiência traz ainda um pouco da história do artista, sobretudo no período em que esteve preso pela ditadura militar.
Confira outras três obras emblemáticas de artistas do Rio de Janeiro que integram o evento:
Estrelas do Deserto (Felipe Carrelli) – Uma imersão em realidade virtual no cotidiano dos Saarauis, que durante séculos viveram em condições extremas em pleno deserto do Saara, que ocupa um terço do continente africano e é uma das regiões mais inóspitas do planeta. A região é seca o suficiente para mumificar cadáveres e matar bactérias.
Prêmio Nobel (Alexandre Pinheiro dos Santos) – Baseado em jogos altamente violentos, como “GTA”, a obra em audiovisual recria uma ação de extermínio em uma favela, cujo foco é matar pessoas que teriam potencial de receber um Prêmio Nobel. Vivenciando o mesmo tipo de jogabilidade, “Prêmio Nobel” traz uma narrativa invertida, carregada de fatos históricos atuais do Brasil do século XXI, criticando sobretudo ações policiais que tiram a vida, o futuro e as potencialidades de tantas pessoas periféricas. A verossimilhança existe para gerar constrangimento e desconforto em um jogo que o usuário não gosta de jogar.
WE R HERE (Juliana Fasuolo) – Um projeto ativista de arte generativa usando Inteligência Artificial e Mídia Mista. É uma exploração dentro do universo digital, superando as barreiras de gênero do vocabulário computacional e criando aleatoriamente imagens, personagens e narrativas de mulheres lésbicas.