Garimpeiros invadiram a aldeia indígena Waiãpi, na região de Pedra Branca do Amapari, no Amapá, e, segundo líderes locais, um cacique foi morto durante o conflito. Mulheres e crianças fugiram para a outra terra, mas os homens ameaçam enfrentar os suspeitos. A vítima não teve a identidade revelada.
Indígenas procuraram autoridades políticas e de segurança para denunciar a invasão do local. Equipes da Polícia Federal e da Polícia Militar do Amapá foram enviados para a região no começo da noite deste sábado, 27.
Segundo a prefeita do município, Beth Pelaes, as autoridades foram avisadas por telefone da invasão. “São 50 garimpeiros fortemente armados. Temos a informação de que houve um tiroteio. A PF e o Bope estão a caminho. É uma coisa atípica em nosso estado. Estamos preocupados, pois os índios disseram por telefone que iriam enfrentar os garimpeiros. Orientamos eles a não fazerem isso”, disse.
“Ao final da ligação eu fiquei emocionada quando me falaram que uma liderança teria sido morta”, completou. A invasão teria ocorrido há dois dias, data em que o cacique foi assassinado. Os homens foram para a mata e ameaçaram voltar nesta noite, caso os nativos não tivessem deixado a região.
Kurani Wajãpi, coordenador de apoio em Pedra Branca do Amapari, comentou ataques e assassinato de líder indígena no Amapá e pediu apoio. Assista:
Nota da Funai
Sobre a suposta invasão à Terra Indígena Waiãpi, no Amapá, a Fundação Nacional do Índio informa que assim que tomou conhecimento do fato neste sábado (27) acionou as autoridades competentes e seus servidores no local. A Polícia Federal, assim como o BOPE, estão a caminho para apurar o ocorrido.
Por ora não há registros de conflito, apesar de ter sido confirmado um óbito, mas não há detalhes das circunstâncias. O local é de difícil acesso.
Mesmo assim, a equipe da Funai e da PF permanecerão no local para garantir a integridade dos indígenas e apuração dos fatos.
Caetano Veloso