Agressões a jornalistas se multiplicam na América Latina

Miguel Ángel Rivero, do canal Unitel da Bolívia, foi espancado pela polícia, segundo a SIP (captura de tela Unitel/divulgação SIP)
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Não é só no Brasil que uma onda de ataques extremistas à jornalistas é registrada. Também têm sido foram verificadas agressões em outros países da América Latina. No Peru, México e Bolívia, profissionais de imprensa foram agredidos recentemente e até assaltados mesmo identificados como profissionais de mídia, como denunciaram organizações de liberdade de imprensa e de expressão internacionais.

Um  fotojornalistas da EFE Notícias do Peru foi duramente agredido por políciais quando cobria  a prisão de um homem na cidade de Juliaca. Aldair Mejía teve sua credencial apreendida e foi baleado na perna e ameçado de morte se continuasse seu trabalho.

Segundo a Associação Nacional de Imprensa (ANP, na sigla em espanhol), no Peru, desde o início das manifestações que resultaram na queda do presidente Pedro Castillo, foram pelo menos 72 violações.

No México, agressões e até roubos foram praticados por membros do cartel de drogas de Sinaloa, que no dia 5 de janeiro entraram em confronto com forças de segurança da cidade de Culiacán, em represália à prisão de Ovidio Guzmán, que seria líder do grupo criminoso.

Já na Bolívia, onde a situação também é tensa por conta das manifestações de apoio ao governador de Santa Cruz e líder da oposição, Luis Fernando Camacho, preso preventivamente desde 28 de dezembro, as agressões à imprensa também têm se multiplicado.

No dia 1º de janeiro agentes policiais confiscaram equipamentos e espancaram o repórter Joel Orellana e seu assistente Miguel Ángel Rivero. Eles haviam filmado a repressão policial aos manifestantes. Em 30 de dezembro, o cinegrafista José Tarqui, do jornal online Jornalismo Somos Todos, foi ferido por projéteis disparados pela tropa de choque.

No Brasil, depois dos atos extremistas do domingo 08/01, entidades de classe se reuniam com lideranças do Governo Lula.A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF) se reuniram com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta.

Entidades brasileiras de imprensa discutem violência com Secretaria de Comunicação do novo governo Foto: Abraji

Dados preliminareslevantados por várias organizações que atuam em conjunto em defesa da liberdade de imprensa, contabilizaram 26episódios de grave violência e atentado à liberdade de imprensa em menos de 48 horas, entre o domingo e a segunda-feira pós ataques e durante a desocupação do acampamento golpista em frente ao quartel do exercito em Brasília.

O conselheiro fiscal da Abraji Guilherme Amado representou a entidade no encontro, organizado por mobilização da própria Secom. A Secom também se comprometeu a pedir ao presidente uma articulação com os governadores para estabelecer ação conjunta de enfrentamento ao problema, e recomendar que as forças de segurança respeitem o trabalho da imprensa. “Há relatos de muita hostilidade da polícia de Brasília contra os repórteres que cobriam o caso”, pontuou  Amado. A reunião teve a participação de João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secom, além de alguns jornalistas agredidos durante o atentado contra a democracia brasileira.

 

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