“A comissão se solidariza à Mariana Ferrer e reitera o compromisso de buscar meios cada vez mais eficazes de combater e punir a violência contra a mulher, seja ela da espécie que for.”, diz um trecho da Nota da Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM). Mas deveria completar com um “[…] seja ela da espécie que for até a página dois”.
A indignação e o apoio da tal comissão, presidida pela deputada Alessandra Campêlo (MDB), é seletiva. Só isso explica a total omissão quando jornalistas, mulheres, foram agredidas quando estavam trabalhando na cobertura do pronunciamento do vice-governador, Carlos Almeida, (sem partido), na quarta-feira, 28.
Há vídeos, há depoimentos, outras manifestações de repúdio, duas delas feitas na tribuna da Assembleia, por deputados homens – Serafim Corrêa e Delegado Péricles. Mas nada da deputada ou outra mulher do parlamento se solidarizar, colocar uma camiseta “Girl Power” e usar a voz feminina para representar mulheres amazonenses no exercício da profissão.
Quando questionada sobre por que a Comissão da Mulher escolheu não se manifestar no caso da agressão às jornalistas, no episódio do Carlos Almeida, a presidente ficou muda. Esse é um silêncio que dispensamos.
Cynthia Blink, repórter que fez exame de corpo de delito após o Pronunciamento.