O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou, nesta sexta-feira (08/04), o registro de 312,23 km² de desmatamento na Amazônia no último mês de março, área 15% menor do que a registrada em 2021.
Apesar destes dados, os três primeiros meses, que geralmente não estão no foco dos desmatadores, tiveram uma alta de 64% em relação ao mesmo período do ano passado, cerca de 941,3 km² de floresta perdida. Já é considerado o pior registro da série histórica do Inpe.
A porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti, destaca que a divulgação das informações ocorre na mesma semana em que o Brasil divulgou suas novas metas para redução das emissões de gases do efeito estufa.
“A conservação de florestas e outros ecossistemas está entre as soluções apontadas pelo IPCC para limitar o aquecimento do planeta em 1,5ºC . No entanto, o Brasil, que teria plenas condições de ser uma liderança climática, passa por uma gestão federal que caminha deliberadamente na direção oposta, agindo de maneira incompatível com os avisos da ciência”, comentou a porta-voz.
O período entre dezembro e março acumula, normalmente, taxas menores de desmate já que estão dentro da estação chuvosa da maioria dos estados. O deslocamento da área, de equipamentos pesados e nebulosidade dificultam o processo.
“Se você olhar os números mensais e comparar com os períodos mais secos, esse período que a gente está vivendo agora é mais baixo. Só que o mais baixo desse período que estamos vivendo agora está sendo mais alto do que o baixo dos outros anos. A gente costumava detectar muito pouco desmatamento nesta época” completou Gabriel Lui, coordenador de Uso da Terra do Instituto Clima e Sociedade (iCS).
Fonte: G1