Nesta quarta (02/03), o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o confronto bélico europeu para defender a grilagem e a mineração em terras indígenas.
De acordo com a postagem do ex-capitão no Twitter, com o conflito entre os dois países, em breve, faltará potássio para o agronegócio brasileiro, fornecido em grande parte pela Rússia.
Para ‘resolver o problema’, Bolsonaro então defende seu projeto de lei 191/2020, que permitiria ‘a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas’.
Análises
Um relatório recente da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e da Amazon Watch revela que, se aprovado, o projeto de lei poderá levar à perda de 160 km² na Amazônia.
O documento ainda ressalta que, o ‘liberal’ no poder, o avanço do desmatamento tem registrado recordes históricos, tendo crescido 65% em 2021 na comparação com 2018. A medida também contribuiria para o genocídio dos povos originários brasileiros.
“A entrada da mineração nesses territórios resulta em rupturas e fragmentações que nunca mais voltam a ser como antes. Podemos estar diante de mais uma etapa do genocídio indígena pela indústria extrativista”, afirmou a assessora de campanhas da Amazon Watch no Brasil, Rosana Miranda, em entrevista recente a CartaCapital.
As publicações desta quarta feitas por Bolsonaro reforçam a política do atual governo contra os povos indígenas. Desde antes de vencer as eleições, Bolsonaro prometia não demarcar novas terras indígenas no Brasil, a promessa vem sendo cumprida.
‘Mineração artesanal’
Recentemente, o ex-capitão publicou em Diário Oficial uma tentativa de ‘rebatizar’ o garimpo como ‘mineração artesanal’. A portaria também afrouxou regras para autorização de exploração de minerais no Brasil.
Seu atual ministro de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, também aprovou medidas para facilitar a entrada de garimpeiros em terras indígenas altamente preservadas.
Fonte: Carta Capital.