A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 28 ataques a mulheres jornalistas em setembro, representando um terço do total de casos a comunicadoras registrados no ano até agora.
Isso representa um aumento de 250% em casos do tipo em comparação ao mês de agosto, e um aumento de quase 48% em comparação a setembro de 2021.
A maior parte dos casos está relacionada à cobertura eleitoral (64,3%). Além disso, metade das agressões teve a participação de agentes políticos e estatais. O tipo de ataque mais frequente foi o de discurso estigmatizante, que tenta desmoralizar e descredibilizar as jornalistas, representando quase 68% do total de casos. Na sequência, aparecem casos de ameaças/intimidações/agressões físicas (21,4%) e violência sexual (7,1%).
A Abraji cita como exemplo de ataques a mulheres jornalistas o ocorrido com Amanda Klein, na Jovem Pan. Durante sabatina com o presidente Jair Bolsonaro, a jornalista fez uma pergunta sobre os imóveis adquiridos em dinheiro vivo pela família Bolsonaro. Em sua resposta, o presidente mencionou a vida pessoal de Klein e ela passou a ser vítima de ataques de apoiadores do presidente.
Outro exemplo é o caso de Juliana Dal Piva, do UOL. Após a publicação de uma reportagem investigativa sobre o patrimônio imobiliário da família Bolsonaro, ela recebeu ataques misóginos na internet.