Os sons de ataques aéreos podiam ser ouvidos em Cartum, no início deste sábado (29/04) e uma fumaça escura subiu sobre partes da cidade, enquanto os combates no Sudão entram em sua terceira semana.
Os combates entre o exército e uma força paramilitar rival continuaram apesar do anúncio de uma extensão do cessar-fogo de 72 horas na sexta-feira (28/04 0, quando ataques aéreos, tanques e artilharia abalaram Cartum e as cidades próximas de Bahri e Ombdurman.
Centenas de pessoas foram mortas e dezenas de milhares fugiram para salvar suas vidas.
A luta também reacendeu um conflito de duas décadas na região oeste de Darfur, onde muitos morreram nesta semana.
O exército tem implantado jatos ou drones nas forças RSF em bairros da capital. Muitos moradores estão presos pela guerra urbana com escassez de comida, combustível, água e energia.
Pelo menos 512 pessoas morreram e cerca de 4.200 ficaram feridas, segundo a Organização das Nações Unidas, que acredita que o número real é muito maior.
Mais de 75.000 pessoas foram deslocadas internamente no Sudão apenas na primeira semana de combates, de acordo com as Nações Unidas. Apenas 16% dos hospitais funcionavam normalmente na capital.
O último cessar-fogo, negociado por potências estrangeiras, deve durar até a meia-noite de domingo (30/04).
Governos estrangeiros evacuaram diplomatas e cidadãos para um local seguro na semana passada, inclusive com transporte aéreo. A Grã-Bretanha disse que suas evacuações terminariam hoje (29/04), já que a demanda por vagas em aviões diminuiu.
Os EUA disseram que várias centenas de americanos deixaram o Sudão por terra, mar ou ar. Um comboio de ônibus transportando 300 americanos deixou Cartum na noite de sexta-feira em uma viagem de 850 quilômetros até o Mar Vermelho, no primeiro esforço de evacuação de cidadãos organizado pelos Estados Unidos, informou o New York Times.
Em Darfur, pelo menos 96 pessoas morreram desde segunda-feira na violência intercomunitária reacenderada pelo conflito exército-RSF, disse a porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani.