Bolsonaro cita repórter usando frase de conotação sexual

Foto: Reprodução/vídeo
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O presidente Jair Bolsonaro citou a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, usando um frase de conotação sexual, nesta 3ª feira (18.fev.2020) durante entrevista a jornalistas em frente ao Palácio do Alvorada. A repórter foi a autora de reportagem, em dezembro de 2018, sobre o disparo de mensagens no WhatsApp para beneficiar políticos durante as eleições daquele ano.

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Bolsonaro referiu-se ao depoimento de Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da Yacows, uma das empresas que teria feito os disparos, na CPMI das fake news no Congresso, em 11 de fevereiro. Sem apresentar provas, o depoente acusou Patrícia de oferecer sexo em troca de informações para a reportagem.

Bolsonaro aludiu ao caso com uma insinuação sexual: “Ela queria 1 furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disse o presidente. Entre repórteres, o jargão “dar 1 furo” significa publicar uma informação antes dos concorrentes. Ao usar a expressão, o presidente enfatizou o duplo sentido da palavra quando se referiu à jornalista. Apoiadores ao seu lado deram risada.

Folha de S.Paulo divulgou nota a respeito da declaração. Eis a íntegra:
“O presidente da República agride a repórter Patrícia Campos Mello e todo o jornalismo profissional com a sua atitude. Vilipendia também a dignidade, a honra e o decoro que a lei exige do exercício da Presidência.”

O QUE O PRESIDENTE FALOU

https://www.youtube.com/watch?v=DLTMdccP8WU
Eis o que mais Bolsonaro disse a respeito da reportagem da sobre disparos por WhatsApp em 2018 e da jornalista que assina o texto:

  • vídeo com a jornalista – disse o presidente: “Olha a jornalista da Folha de S.Paulo. Tem mais 1 vídeo dela aí. Não vou falar aqui porque tem senhoras aqui do lado. Ela falando: ‘Eu sou (…) do PT’, certo?”. Bolsonaro refere-se a 1 vídeo publicado na mesma manhã na conta de Twitter do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho. A repórter não declara “ser do PT” na peça; diz que costuma votar no partido;
  • Hans no MP – O depoimento do Hans River, foi final de 2018 para o Ministério Público, ele diz do assédio da jornalista em cima dele”, disse.”Lá em 2018, ele [Hans] já dizia que ela chegava e ia perguntando: ‘O Bolsonaro pagou pra você divulgar pelo Whatsapp informações?’”;
  • fake news contra o PT – Bolsonaro perguntou a simpatizantes: “Alguém recebeu no zap uma matéria qualquer que suspeitou para prejudicar o PT e me beneficiar?”. Depois, respondeu: “Ninguém recebeu nada”. Em outro momento, declarou: “Se você fez fake news contra o PT, menos com menos dá mais na matemática. Se eu for mentir contra o PT, eu tô falando bem, porque o PT só fez besteira.” 

FOLHA JÁ RESPONDEU DEPOIMENTO

Reportagem da Folha de S.Paulo divulgou prints de conversas entre Patrícia e Hans River no WhatsApp. Em 25 de novembro de 2018, é o depoente que convida a repórter para encontrar-se com ele depois de 1 show. Ela recusou e pediu para se falarem pelo aplicativo.

ABRAJI: “ATAQUE MACHISTA”

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e o Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB divulgaram nota em repúdio à declaração. Eis a íntegra abaixo.
“Abraji e Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB repudiam ataque machista de Bolsonaro a repórter da Folha de S. Paulo
A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e o Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) prestam solidariedade à repórter Patricia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, que nesta terça-feira (18.fev.2020) foi novamente atacada pela família Bolsonaro, dessa vez pelo próprio presidente da República.
A Abraji e a OAB repudiam veementemente a fala do presidente. O desrespeito pela imprensa se revela no ataque a jornalistas no exercício de sua profissão.
Na manhã desta terça, durante conversas com jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente deu a entender que a jornalista Patricia Campos Mello teria se insinuado sexualmente para conseguir informações sobre o disparo de mensagens em massa durante a campanha eleitoral de 2018.
A ofensa propagada por Jair Bolsonaro faz referência ao depoimento de um ex-funcionário de uma empresa de marketing digital dado à CPMI das Fake News, no Congresso. Ao ser ouvido por congressistas, Hans River do Rio Nascimento afirmou que a repórter especial da Folha de S. Paulo ofereceu-se sexualmente em troca de informação.
Naquele mesmo dia (11.fev.2020), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, replicou o absurdo em falas públicas e nas redes sociais. A Abraji se manifestou sobre a tentativa de abalar a honra de uma das mais respeitadas profissionais do país. Outras mobilizações espontâneas da sociedade, incluindo a OAB, também condenaram a ação de um agente público contra profissionais de imprensa.

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Com sua mais recente declaração, Bolsonaro repete as alegações que a Folha já demonstrou serem falsas. Na mesma entrevista, Bolsonaro chegou a dizer aos repórteres que deveriam aprender a interpretar textos, assim ofendendo todos os profissionais brasileiros, não apenas a repórter da Folha. As declarações foram transmitidas ao vivo na página de Bolsonaro no Facebook.
Em nota, a Folha de S. Paulo repudiou o episódio. “O presidente da República agride a repórter Patrícia Campos Mello e todo o jornalismo profissional com a sua atitude. Vilipendia também a dignidade, a honra e o decoro que a lei exige do exercício da Presidência”, diz trecho do texto.
Os ataques aos jornalistas empreendidos pelo presidente são incompatíveis com os princípios da democracia, cuja saúde depende da livre circulação de informações e da fiscalização das autoridades pelos cidadãos. As agressões cotidianas aos repórteres que buscam esclarecer os fatos em nome da sociedade são incompatíveis com o equilíbrio esperado de um presidente.
Diretoria da Abraji e Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB, 18 de fevereiro de 2020.”

Fonte: Poder360

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