Está marcado para hoje (04/04), em Brasília, o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal, sobre o caso das jóias, recebidas de presente por ele e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do governo da Arábia Saudita.
A PF reforçou a segurança em torno do prédio e isolou o estacionamento público no local onde será o depoimento.
O ajudante de ordens de Bolsonaro que intermediou a tentativa de liberação das joias na alfândega, Mauro Cid Barbosa, também deve depor em Brasília.
Bolsonaro voltou ao Brasil na última quinta-feira (30/03), depois de passar três meses nos Estados Unidos.
De acordo com a jornalista Andreia Sadi, além de Bolsonaro, mais nove pessoas devem ser ouvidas simultaneamente, entre as quais dois auxiliares próximos ao ex-presidente – o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-assessor especial Marcelo Camara – e o ex-chefe da Receita Julio Cesar Vieira.
As investigações começaram com a tentativa de uma comitiva presidencial entrar no Brasil com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, sem pagar impostos à Receita Federal e com a incorporação dos itens milionários diretamente ao patrimônio pessoal do ex-presidente.
Na ocasião, no Aeroporto de Guarulhos, um assessor do então ministro Bento Albuquerque tentou passar pela alfândega, na fila de “nada a declarar”. Pela lei, ele deveria apresentar os acessórios e pagar taxa de 50% sobre o valor das joias – ou seja, R$ 8,25 milhões.
Além de não declarar as joias de R$ 16,5 milhões, Bolsonaro tentou, em pelo menos oito ocasiões, reaver os itens, acionando inclusive outros ministérios e a chefia da Receita.