O presidente Jair Bolsonaro voltou a descumprir a orientação de ficar em quarentena após ter contato com uma pessoa infectada por coronavírus e deixou o Palácio da Alvorada na manhã desta segunda-feira, 16. Ao deixar a residência oficial em direção ao Palácio do Planalto, seu local de trabalho, ele voltou a minimizar a pandemia da doença, que já matou 5.735 pessoas no mundo.
“Foi surpreendente o que aconteceu na rua até com esse superdimensionamento. Que vai ter problema vai ter, quem é idoso, (quem) está com problema, (quem tem) alguma deficiência, mas não é tudo isso que dizem. Até que a China já praticamente está acabando”, afirmou o presidente, que no domingo (15) participou de manifestação em Brasília, contrariando recomendação do próprio Ministério da Saúde.
Ele deixou o isolamento que deveria fazer por ter tido contato com pelo menos 11 pessoas que estão infectadas. Análise feita pelo jornal O Estado de S. Paulo do vídeo da participação de Bolsonaro mostra que ele teve contato físico com 272 pessoas em cerca de 58 minutos.
Ao deixar o Alvorada na manhã desta segunda-feira, Bolsonaro disse que não apertaria a mão dos apoiadores que se aglomeravam em uma área cercada na entrada do palácio, mas pediu a eles que se aproximassem. “Vou evitar apertar a mão aí de vocês. Chega mais para a gente conversar. Obrigado pela presença. Alguma coisa aí?”, questionou, esperando perguntas do grupo.
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Na China, origem da disseminação do coronavírus no mundo, já foram confirmados 81.048 casos de contaminação, com registro de 3.204 mortes. O avanço da doença está diminuindo, ontem, foram registrados apenas 27 casos novos da doença, segundo dados divulgados pela OMS. A taxa de letalidade somente na China é de 3,95%, ante uma taxa de 3,74% no mundo.
Enquanto na China há uma redução do número de novos casos, na Itália, já chegam a 21.157 doentes com o novo coronavírus e 1.441 mortes, o que dá uma taxa de letalidade de 6,81%.
No Brasil, são 200 casos confirmados que estão distribuídos por 14 Estados e o Distrito Federal, a maioria em São Paulo. O País tem 1.915 casos suspeitos e 1.470 análises foram descartadas.
Manifestações
Além das críticas por desrespeito às diretrizes de combate a uma doença que se espalhou mundialmente, Bolsonaro também foi atacado por ter participado de manifestações que atacam o Parlamento. Enquanto o presidente cumprimentava simpatizantes em frente ao Palácio do Planalto, manifestantes gritavam “Fora Maia”, em referência ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Um deles chegou a pedir que o Bolsonaro fechasse o Congresso. Era possível ouvir também ouvir gritos contra o presidente do STF, Dias Toffoli.
Na conversa com os apoiadores hoje pela manhã, o presidente criticou a imprensa por ter noticiado que ele participou do ato em Brasília ao lado de cartazes que defendiam o fechamento do Congresso. “Essa imprensa mentirosa aí, capas dos jornais dizendo que eu tô falando para fechar o Congresso. Eu nunca falei isso. Nada, nada. Tudo é mentira.”
* POR ESTADAO CONTEUDO