Brasil sobe 18 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa

Brasil saiu da 110º para a 92º posição Imagem: reprodução
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O Brasil subiu 18 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, que teve sua edição de 2023 publicada na semana passada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Os dados indicam que a troca de mandatos no governo foi o principal fator de influência na ascensão rápida. O ranking avalia as condições de exercício do jornalismo em 180 países, classificados entre as categorias muito grave (31), difícil (42), problemática (55), relativamente boa (44) e boa (8). O Brasil agora se encontra na categoria difícil, saindo da 110º para a 92º posição.

A consulta feita pelo RSF aconteceu em período pós-eleitoral, de novembro a fevereiro, o que denota o caráter de expectativa das avaliações dos jornalistas brasileiros sobre o futuro da imprensa no país. O retorno do presidente Lula trouxe perspectivas de melhora para a categoria, o que resultou na alta da classificação do país no ranking. Para o diretor da RSF na América Latina, Artur Romeu, esse avanço está relacionado à expectativa de uma volta à normalidade nas relações entre governo e imprensa, com o fim do governo Bolsonaro. “É uma releitura que reflete a expectativa de uma melhora das condições do livre exercício do jornalismo no país”, afirmou Romeu à Abraji.

No entanto, a própria organização chama a atenção para os números ainda altos de violência contra jornalistas no Brasil, apesar da maior estabilidade da relação entre poder público e imprensa. Fatores como o monopólio de mídias e desinformação ainda são muito significativos no estabelecimento de um ambiente mais favorável ao exercício da profissão, segundo o ranking. Em caso recente, um fotojornalista da Reuters foi vítima de difamações e ataques virtuais em razão de sua cobertura aos ataques aos Três Poderes em Brasília, por apoiadores e aliados do ex-presidente, em 8 de janeiro. A Abraji emitiu nota repudiando o caso.

“Essa alta de posições está menos relacionada a uma melhoria real e mais atrelada a um otimismo de melhora de curto e médio prazo”, explica Romeu, para quem “a expectativa se sustenta na chegada de um novo governo, que manifesta vontade política de mudar a relação desgastada com a imprensa”. Segundo ele, o ranking se baseia em cinco diferentes indicadores que compõem o resultado final da classificação. Se fosse considerado somente um deles, a segurança, o Brasil ocuparia a posição 149.

Em perspectiva internacional, segundo as avaliações presentes no levantamento, são ruins as condições de exercício do jornalismo de 7 em cada 10 países e satisfatória em 3 a cada 10. Na lista disponível na internet, é possível fazer um comparativo entre os últimos 10 anos do estado da liberdade de imprensa no mundo, através de um gráfico de barras interativo. A edição também destaca a influência dos ecossistemas de desinformação na criação de ambientes hostis para jornalistas ao redor do mundo. Em dois terços dos países analisados, há relatos de atores políticos envolvidos em campanhas massivas de desinformação, inclusive de maneira sistemática.

Fonte: Abraji

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