Bruno De Luca se pronuncia sobre acidente com Kayky e cita “apagão”

Foto: Reprodução / Instagram
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Após entrar na mira do Ministério Público do Rio por omissão de socorro a Kayky Brito no trágico atropelamento do ator, em setembro deste ano, Bruno De Luca finalmente quebrou o silêncio e se pronunciou pela primeira vez. Nesta sexta-feira (3/11), o apresentador compartilhou um comunicado nas redes sociais, através do qual esclareceu alguns pontos. Ele começou afastando os boatos de que estaria afastado do amigo.

“Desde o dia 2 de setembro tenho vivido numa angústia muito grande. Minha principal preocupação era o estado de saúde do Kayky Durante este período, mantive contato constante com a família dele, que sempre me atualizou sobre sua evolução. Desde que ele recebeu alta e teve acesso ao seu celular, estamos nos falando e ele vem me contando sobre seus progressos clínicos e na fisioterapia. Isso tem acalmado meu coração”, disse.

Bruno ressaltou que, neste dois meses em que esteve mais recluso, aprendeu lições valiosas sobre a vida. “A responsabilidade, limites e como a vida pode virar de cabeça pra baixo em segundos. Desde que o Kayky se mudou pra Curitiba, há pouco mais de um ano, nossos encontros ficaram mais raros. Naquela noite, nos encontramos pra celebrar os novos momentos de nossas vidas: paternidade, família, novos objetivos. Infelizmente, toda essa empolgação nos fez exagerar na bebida, e esse exagero transformou comemoração em tragédia”, continuou.

Bruno De Luca revelou que o trágico aconteceu desencadeou uma série de problemas psicológicos, que estão sendo tratados. “Desde então, venho me consultando com psiquiatras, fazendo hipnoterapia, meditação guiada e pensado muito. O acidente que vi me deixou em estado de choque, transtornado. Na minha cabeça eu tinha presenciado uma morte”, disse.

Confusão mental e apagão

O apresentador afirma que o atropelamento do amigo lhe causou confusão mental. “Todos esses eventos naquela noite afetaram minha capacidade de discernimento e coerência. Fiquei totalmente descontrolado e mentalmente abalado. Segundo a Dr Júlia Fandiño, psiquiatra que venho me consultando, eu tive uma confusão mental durante uma experiência traumática, que evoluiu com uma amnésia dissociativa. De acordo com a ciência, amnésia dissociativa consiste em um tipo de perda da memória provocada por trauma ou estresse e resulta na incapacidade de recordar informações pessoais importantes”, explicou ele.

Bruno disse ter poucas recordações daquela noite “Eu lembro de poucos flashes dos momentos finais daquela noite: me despedir do Kayky, virar pra pagar a conta, um grande barulho, alguém sendo arremessado. A partir daí, só gritos e confusão. Muita gente correndo. Depois disso, um apagão total. No dia seguinte, acordei atrasado para ir para o aeroporto. Tinha um trabalho em São Paulo. Abalado com o acidente que tinha visto, mandei uma mensagem pro Kayky querendo saber onde ele tava, se ele tinha visto o acontecido e que eu tava assustado. Claro que ele não respondeu”, lembrou.

Bruno De Luca continuou contando que, no caminho para embarcar para São Paulo, recebeu uma ligação de Sthefany Brito. A atriz estava preocupada querendo saber notícias do irmão, que ainda não havia chegado em casa. “Quando eu vi escrito ‘Sthefany Brito’, tinha certeza que era o Kayky dizendo que tinha perdido o celular. Atendi com um “fala irmão, perdeu o celular, né? Mas a voz era da Sthefany, que me disse estar preocupada, que ele não tinha chegado em casa. Eu disse que ele deveria estar na casa dos pais, já que eu tinha me despedido dele”, recordou.

Ele então continuou seguindo seu caminho para São Paulo, até que recebeu uma nova ligação. “A irmã do Kayky me ligou de novo. Disse que tinha recebido uma informação de que ele tinha dado entrada no hospital. Eu disse que tinha visto um acidente gravíssimo, mas que ele tinha ido embora antes e eu fui embora depois. Na minha cabeça, jamais seria ele o acidentado. Me ofereci pra ir no hospital ver se ele tava lá, era no meu trajeto. A Sthefany disse pra eu seguir pro aeroporto, que ela já estava a caminho e me dava noticias”.

A descoberta do acidente

Já dentro do avião, Bruno começou a tomar conhecimento das notícias sobre o atropelamento do amigo. “Eu não acreditava no que estava acontecendo. Enquanto lia as notícias, o avião decolava pra São Paulo. Pedi para meu pai e irmão irem ao hospital. Assim que cheguei, recebi ligações do meu pai do hospital, me falando sobre o estado do Kayky. Cancelei meu trabalho, voltei no primeiro voo que consegui vaga e fui direto para casa da família dele. Conversamos, nos emocionamos muito. Em nenhum momento, a família do Kayky duvidou do que contei”, defendeu-se.

Ele termina o comunicado dizendo lamentar que seu corpo tenha reagido de tal forma diante do trauma de ter visto alguém sendo gravemente ferido em um atropelamento, e ainda lamenta não ter encerrado a noite levando o amigo embora do quiosque em segurança.

“Infelizmente, nós não controlamos nossas emoções ou treinamos para saber como nos comportar em momentos extremos como acidentes, assaltos, incêndios… É claro que se pudesse escolher, minha reação teria sido outra, teria sido bem mais proativo e, acima de tudo, teríamos ido embora antes, e em segurança. O meu arrependimento daquela noite é não ter puxado o Kayky com mais força, ter percebido que já estava tarde e ido embora”, lamentou.

Gratidão e recomeço

E apesar de tudo, demonstrou gratidão. “Por mais que nossas vidas tenham mudado completamente naquele dia, eu resolvi agradecer. Agradecer pelo Kayky estar vivo, ter tido uma nova chance. Agradecer pelo Diones ter prestado socorro prontamente. Por não ter tido nenhuma outra vítima. Por ter uma família maravilhosa que me apoia nos momentos difíceis. Agradecer a minha companheira Sthéfany por todo amor e paciência, por estar sempre ao meu lado, por me ajudar a ter clareza e por cuidar do nosso bem maior. Hoje, estou determinado a cuidar da minha saúde mental e transformar essa experiência em algo positivo e que me transforme”, completou.

Bruno De Luca encerrou seu comunicado falando em “recomeços”. “Crescemos e evoluímos com nossos erros e tropeços. E é isso que eu vou passar para a minha filha ao longo da vida, sempre existirá uma nova chance para se recomeçar. E eu recomeço olhando pra dentro, tentando vencer meus próprios obstáculos, com a certeza que a vida é linda e curta. A felicidade é um bem precioso que deve ser buscado todos os dias”, finalizou o apresentador.

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