Cacique da etnia indígena Arara morre com sintomas da Covid-19

José Carlos, cacique da etnia Arara, com o ator Arnold Schwarzenegger em 2011. Indígena morreu com complicações da Covid-19 na região do Xingu, no Pará — Foto: Reprodução / TV Libera
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O cacique da etnia indígena Arara, José Carlos Ferreira Arara, de 41 anos, morreu nesta terça-feira,09, com sintomas da Covid-19. O índio fazia parte da liderança Arara na região do Xingu, no Pará.

Com ele, esta já é a segunda morte de indígenas por Covid-19 registrado nos últimos cinco dias na região. A primeira morte foi a de uma indígena da etnia Munduruku, na última quinta (4).

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José Carlos estava internado no Hospital Geral de Altamira, onde morreu após uma parada cardíaca.

O indígena era cacique da aldeia Guari-Duam, na região da Volta Grande do Xingu. Ele foi transportado da aldeia onde vivia para a cidade de Altamira desde que adoeceu.

O Conselho Distrital de Saúde Indígena divulgou nota de pesar pelo falecimento, afirmando que “Zé Carlos, como era conhecido, foi um grande lutador das causas indígenas da região, foi conselheiro distrital de saúde sempre buscando melhorias para o povo indígena”.

Segundo o site ‘O Globo’, a comunidade indígena fez um apelo para que o corpo do líder fosse levado para a Terra Indígena Arara da Volta Grande, onde deve ser sepultado seguindo a tradição dos povos indígenas. No fim do dia, o corpo do cacique embarcou em uma voadeira no porto da cidade, onde familiares aguardavam.

No Brasil mais de 2 mil indígenas foram contaminados e 82 morreram

Desde o início da pandemia, 2.085 indígenas aldeados já foram contaminados com o novo coronavírus e 82 morreram em decorrência da Covid-19. Outros 466 ainda são casos suspeitos e estão em investigação, enquanto 1.747 tiveram a contaminação descartada. Os dados – apresentados nesta terça-feira (9) durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto – referem-se apenas aos indígenas que vivem em aldeias.

Os casos de Covid-19 na população indígena ficaram controlados durante o mês de abril e aumentaram a partir do início de maio (Foto: Ascom/Ministério da Saúde)

Casos do novo coronavírus foram registrados em 500 aldeias, que correspondem a 8,5% dos 5.852 agrupamentos deste tipo existentes no Brasil. Os distritos indígenas com mais infectados são do Alto Rio Solimões (AM) (444), do Ceará (158), do Maranhão (148), do Alto Rio Negro (AM) (141) e de Manaus (AM) (128).

“O distrito que mais nos preocupa é o Alto Rio Solimões, que concentra 21% dos casos. Outro que nos preocupa é o Alto Rio Negro. E o terceiro é o Vale do Javali, que concentra a maior população de indígenas isolados”, afirmou o secretário especial de Atenção Indígena do Ministério da Saúde, Robson Santos.

Na evolução no tempo, os casos ficaram controlados durante o mês de abril e aumentaram a partir do início de maio. A incidência de casos e óbitos acompanha em geral a dinâmica da população, com mais casos entre adultos (80%) e mais mortes entre idosos (60%).

“O primeiro caso na saúde indígena aconteceu muito tempo depois dos demais. Eles fizeram o isolamento social. Mas o tempo vai passando, alguns falam que só pega a pessoa de idade, mas os dados mostram que não. Os falecimentos são muito de pessoas idosas que não saíram da sua aldeia, mas pegaram de alguém mais jovem que saiu”, comentou Robson Santos.

O secretário listou algumas ações, como o acompanhamento dos casos, manutenção, disponibilização de recursos para compra de insumos, equipamentos, testes e equipamentos de proteção individual (EPIs), além da manutenção das equipes multidisciplinares das equipes de saúde.

“Foram criadas equipes de resposta rápida, um reforço de profissionais. Cada distrito pode contratar até duas equipes. Não temos problema de falta de recursos, mas falta de profissionais e dificuldade de comprar insumos, com máscaras que aumentaram 10.000% o valor”, observou o secretário.

Foram implantadas duas alas indígenas em hospitais de Manaus (AM) e de Macapá (AP), ampliações em unidades de saúde já em funcionamento. Outras estruturas semelhantes estão em implantação no Amazonas, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Roraima.

Primeira contaminação de indígena brasileiro pelo novo coronavírus

O primeiro caso de Covid-19 em indígena foi confirmado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas no início de abril. Segundo a fundação, vinculada à secretaria estadual de Saúde (Susam), trata-se de uma jovem de 20 anos de idade, da etnia Kokama, que trabalha como agente de saúde indígena na região da cidade de Santo Antônio do Içá (AM).

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