A carne bovina está se tornando mais acessível para os brasileiros em 2023, com a maior redução de preço desde 2018. De acordo com projeções da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a disponibilidade per capita dessa proteína deve alcançar 30,4 quilos por habitante neste ano, representando um aumento de 8,1% em relação a 2022, após cinco anos de queda. Essa alta retorna ao nível pré-pandemia.
De janeiro a julho de 2023, o preço da carne bovina já registrou uma queda de 9,36%, acumulando a maior retração dos últimos cinco anos, de acordo com o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Esse índice, que avalia o custo de vida das famílias paulistanas, está alinhado com a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
No acumulado deste ano, os cortes de carne que mais diminuíram de preço incluem a alcatra (-11,50%), o filé-mignon (-10,17%), o contrafilé (-10,17%), o acém (8,49%) e a picanha (-7,88%), representando os maiores recuos nos primeiros seis meses de 2023.
Além da queda de preços, o aumento na produção e uma leve redução nas exportações tiveram impacto positivo no consumo interno de carne bovina no Brasil. A produção combinada dos principais tipos de proteína animal consumidos no país, incluindo carne bovina, suína e de frango, deve atingir 100,2 quilos per capita ao ano, o segundo maior índice já registrado, superado apenas pelo de 2013.
Segundo Gabriel Rabello, gerente de fibras e alimentos básicos da Conab, as exportações têm crescido, e o Brasil tem conquistado novos mercados, reduzindo sua dependência do mercado chinês.
Embora os preços tenham caído, os consumidores ainda enfrentam valores elevados. Por exemplo, em julho, o quilo do acém custava em média R$ 31,02, enquanto o filé-mignon era vendido a R$ 74,25, e a picanha a R$ 68,48.