Apenas uma testemunha foi ouvida no fórum da Justiça Federal, em Tabatinga, no interior do Amazonas no primeiro dia 20/03 das audiências para decidir se os acusados de assassinar o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips vão a júri popular. As audiências devem seguir até a quarta-feira (22/03).
Os trabalhos inciais foram prejudicados por problemas de internet. Os três réus presos estão em penitenciárias federais diferentes.
Somente na parte da tarde, a primeira testemunha começou a depor mas novamente houve problema de conecção de internet e os trabalhos foram paralisados.
Audiência atrasadas desde janeiro
As audiências estavam marcadas para ocorrer nos dias 23, 24 e 25 de janeiro, mas não aconteceram por problemas técnicos, conforme a Justiça Federal no Amazonas.
Agora em março, durante três dias de audiência, serão ouvidas 15 testemunhas.
Na audiência de instrução e julgamento, o objetivo é verificar se as provas testemunhais colhidas durante a fase do inquérito policial são robustas ou não para irem a júri popular.
Para esta terça-feira (21/03), estão previstos os depoimentos de quatro testemunhas do processo.
Já os réus Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Dantos”; e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, devem ser ouvidos na quarta-feira (22/03).
O assassinato
O correspondente do The Guardian e o indigenista foram executados em junho de 2022. Eles articulavam um trabalho conjunto para denunciar crimes socioambientais na região do Vale do Javari, onde há a maior concentração de povos isolados e de contato recente do mundo. Dom Phillips pretendia, inclusive, publicar um livro sobre as questões que afetam o território e fazia apurações das informações, na época. Na Terra Indígena Vale do Javari, encontram-se 64 aldeias de 26 povos e cerca de 6,3 mil pessoas.
As autoridades policiais colocaram sob suspeita pelo menos oito pessoas, por possível participação nos homicídios e na ocultação dos cadáveres. No final de outubro de 2022, o suposto mandante do assassinato, Rubens Villar Pereira, foi posto em liberdade provisória após pagar fiança de R$ 15 mil.