Produções indígenas são o foco do novo volume da antologia poética “Outros 500: não queremos mais o quinhentismo”, organizada pelo coletivo Toma Aí Um Poema como parte da “CEMana de 22”, projeto que tem como objetivo, 100 anos depois da Semana de Arte Moderna, organizar, mapear e registrar a produção contemporânea de poesia.
Este volume, com chamada aberta até dia 30 de abril, homenageia grandes nomes da literatura brasileira: o professor e escritor Daniel Munduruku, a poeta e ativista Eliane Potiguara e a poeta, ativista e geógrafa Márcia Kambeba. O resultado da chamada está previsto para ser divulgado em maio.
Com a “CEMana de 22”, o coletivo deseja publicar mais de 500 autores em atividade até o final de 2022, contemplando a diversidade de suas opiniões, estilos, temas e questões. A ideia é traçar um esboço de como a produção contemporânea é vista pelos seus próprios contemporâneos.
Até agora, quatro concursos com diferentes temáticas foram promovidos para a produção dos volumes que integram a antologia poética “Outros 500: não queremos mais o quinhentismo”, entre eles: “Comer é um ato político”, em janeiro, abordando o tema da fome; “Poesia minimalista”, que chamou poetas que escrevessem dentro da estética minimalista, e “Uma mulherzinha não. Um mulherão”, tendo em vista o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março. E, em abril, o coletivo trabalha na produção de um volume com tema LGBTQIA+. Os e-books estão disponíveis para download gratuito no site do Toma Aí Um Poema. O coletivo também realiza financiamento coletivo para publicar os volumes também em edições físicas.
O objetivo é publicar o máximo possível de poesia, incluindo minorias, e fazer circular novos pontos de vista dentro da literatura brasileira, também auxiliando e fornecendo informações para autores independentes sobre o mercado editorial brasileiro. “Queremos contribuir e estimular a literatura gratuita e livre para todos”, frisa a editora Jéssica Iancoski. “Neste ano estamos incentivando a emancipação dos autores, em relação às editoras prestadoras de serviço. Acreditamos em um mercado editorial mais justo e sem exploração.”