Após passar três dias consecutivos totalmente encoberta por fumaça e semanas de calor intenso, Manaus sentiu um alívio nas temperaturas depois de uma forte chuva na madrugada deste sábado (14). Porém, o cenário cinzento causado pelas queimadas no interior do estado ainda modifica a paisagem na capital amazonense e a poluição do ar em alguns bairros preocupa a população.
Na quarta-feira (11), a capital do Amazonas ficou entre as cidades com pior qualidade do ar no mundo. Durante três dias, uma nuvem cinzenta cobriu prédios a pontos turísticos da cidade, como o Teatro Amazonas e a Ponte Rio Negro.
Apesar da fumaça ter se dissipado em algumas regiões da cidade neste sábado, os bairros Santo Agostinho e Compensa, na Zona Oeste de Manaus, seguem com a qualidade do ar péssima, segundo a plataforma Selva, que mede os níveis de poluição do ar.
Nos dois bairros – que são os que mais se aproximam da região metropolitana de Manaus, onde há os focos de queimadas – a plataforma Selva mede que os níveis de poluição do ar chegaram a 124.1µg/m3 (microgramas por metro cúbico).
Respirando fumaça
Neste ano, a fumaça das queimadas passou a invadir Manaus desde agosto. O problema veio se agravando em setembro e ao longo dos primeiros dias de outubro.
Nesta semana, a fumaça pairou sobre a capital e não saiu mais. Desde quarta-feira (11), Manaus está encoberta pela poluição proveniente das queimadas que ocorrem em cidades próximas à capital e em outros municípios.
Na noite de quarta-feira, o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, disse que a “onda de fumaça” que encobre Manaus está vindo dos municípios do Careiro e Autazes e é causada por agropecuaristas.
“Essa fumaça vem dessa região e é provocada pelo uso inadequado do fogo em áreas de agropecuária e que se estendem para áreas de vegetação”, afirmou.
Também na quarta-feira, a Prefeitura de Manaus negou que a fumaça que atinge a capital tenha sido causada por incêndios na cidade. Segundo a administração municipal, o fogo tem origem nos municípios da Região Metropolitana.
A prefeitura disse ter usado dados do Inpe para fazer a afirmação.
“Além de Autazes, os municípios de Careiro (50 focos), Careiro da Várzea (26 focos), Itacoatiara (24 focos) e Manacapuru (18) estão entre os dez municípios que mais registraram focos de queimadas nos últimos dois dias, segundo os dados do Inpe”, destacou a prefeitura, em nota.