Cientistas brasileiros identificam espécie de peixe-boi extinta há 40 mil anos

Ilustração que reconstrói a imagem do Trichechus hesperamazonicus, o peixe-boi do oeste da Amazônia
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Pesquisadores brasileiros identificaram uma espécie de peixe-boi que desapareceu há cerca de 40 mil anos. O Trichechus hesperamazonicus viveu no trecho do rio Madeira que passa pelo estado de Rondônia, onde hoje não vive nenhum animal do mesmo gênero.

O fóssil foi encontrado no final dos anos 1980 por garimpeiros nas margens do rio, mas a descoberta da espécie foi feita só agora, com a análise mais profunda do material -uma mandíbula e um pedaço do crânio- realizada por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Museu Estadual de Rondônia.

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O achado foi publicado no periódico norte-americano Journal of Vertebrate Paleontology no início deste ano.

Desde que os vestígios do bicho foram encontrados, os cientistas sabiam que se tratava de um peixe-boi pelas características que marcam os animais, como a série dentária contínua, explica Fernando Perini, biólogo e professor da UFMG que participou dos estudos.

Nas espécies de peixes-boi, os dentes são constantemente repostos. Dentes novos vão surgindo na parte de trás da mandíbula e empurram os dentes mais velhos e desgastados para fora da boca. Um traço bastante raro entre os animais.

Apesar de viver na água, o peixe-boi não é um peixe -é um mamífero aquático. Existem, atualmente, três espécies diferentes viventes: o marinho (Trichechus manatus), que é encontrado na Flórida (EUA), costa do Caribe e costa brasileira; o amazônico (Trichechus inunguis), que vive no rio Amazonas, nos estados do Pará e Amazonas; e o africano (Trichechus senegalensis), que vive nos rios e na costa ocidental da África.

O hesperamazonicus, ou peixe-boi do oeste da Amazônia, é a primeira espécie fóssil de peixe-boi descrita na literatura científica.

“Ao compararmos, vimos que esse animal não se encaixava entre as outras espécies conhecidas, apesar de ter algumas características em comum com elas”, diz Perini.

Montagem usa fóssil do Trichechus hesperamazonicus para reconstruir crânio da espécie

A espécie extinta possuía uma boca virada para frente, assim como o peixe-boi amazônico, o que facilita a coleta da vegetação que flutua no rio. Mas, no hesperamazonicus, os dentes eram voltados para dentro e há um espaço maior entre a mandíbula e arcada dentária. Segundo Perini, isso sugere que a musculatura nessa área era maior e mais reforçada do que nas espécies viventes.

“Uma maior musculatura nessa região pode estar relacionada ao tipo de vegetação que o animal consumia. Se era mais fibrosa, ele precisava de um esforço maior para mastigar o alimento”, explica o biólogo.

O animal vivia em lagos ou rios calmos, assim como seus parentes modernos. De acordo com Perini, uma mudança no regime das águas na região pode ter contribuído para a extinção da espécie.

Hoje, o rio Madeira tem águas velozes, incompatíveis com as características do peixe-boi. “A região amazônica tem passado por mudanças nos regimes de rios nos últimos milhões de anos, é um ambiente dinâmico”, diz Perini. “A mudança na elevação dos Andes ou outras mudanças topográficas transformaram rios mais calmos em cursos de água mais caudalosos”, afirma.

Mudanças climáticas ao longo de milênios podem também ter colaborado para a extinção do hesperamazonicus.

Segundo o pesquisador, a história dos peixes-boi ainda é pouco conhecida, mas a descoberta fornece novas pistas para entender a trajetória dos animais. Umas das possibilidades cogitadas pelos cientistas é que a mudança no regime dos rios pode ter isolado bichos de uma mesma espécie em dois lugares diferentes e, com o isolamento, aconteceu a especiação -processo pelo qual uma única espécie dá origem a outras.

Uma das versões aceitas pela comunidade científica é a de que os peixes-boi chegaram aos rios brasileiros por uma invasão pelo mar. Com o conhecimento sobre a espécie fóssil, surge a possibilidade de terem sido duas invasões, na verdade. “O que sabemos é que é muito provável que essas espécies tenham existido todas ao mesmo tempo em algum momento”, diz Perini.

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