Com uma das maiores taxas de desemprego do mundo, o Brasil tem muitos desafios pela frente. Levantamento divulgado recentemente pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que a taxa de desemprego no Brasil está em 9,4%, o que representa 11 milhões de pessoas sem trabalho. Na contramão, os dados mostram que pouco se investe na qualificação profissional e que este é um desafio para o Brasil.
De acordo com o relatório Education at a Glance 2021, o Brasil tem a segunda pior taxa de formação técnica e profissional entre os formandos do ensino médio, 9%, ficando atrás apenas do Canadá, entre os 37 países membros e parceiros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Para Marcus Lemos, CEO e cofundador da Nubbi, hub de educação que tem por conceito o ensino sem distância, ainda há muito preconceito com o ensino técnico no Brasil.
“Em países desenvolvidos, o número de profissionais qualificados em nível técnico é muito superior ao Brasil. Muitos profissionais aqui ou fora ganham salários maiores em uma qualificação técnica do que em uma graduação, a depender da área. O avanço do investimento no ensino profissionalizante poderia ajudar a diminuir o desemprego no País”, comenta.
Se a demanda ainda é alta, falta informação para quem chega agora ao mercado de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Itaú Educação e Trabalho e pela Fundação Roberto Marinho revelou que 77% dos alunos do ensino médio não têm conhecimento sobre o ensino técnico no Brasil. ]
Ainda assim, 83% acreditam que o ensino técnico seria uma boa opção para obter oportunidades no mercado de trabalho e 93% acham que as escolas deveriam disponibilizar essa modalidade. O levantamento foi feito com mil estudantes do nono ano do Ensino Fundamental e o primeiro ano do ensino Médio das redes públicas, em todas as regiões do país.
Enquanto os jovens ainda não se qualificam para o ensino técnico, dados do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025 apontam que o Brasil terá que formar 9,6 milhões de trabalhadores para atender as necessidades do setor industrial até o ano de 2025. Atenta a esse cenário, a Nubbi desenvolveu a Leveduca, plataforma de ensino que funciona como uma espécie de Netflix da Educação e que contabiliza mais de 2 milhões de acessos em 11 países. São 180 cursos voltados à educação profissional que deixam o ato de estudar tão leve quanto maratonar uma série.
Para Lemos, investir em uma educação acessível, tanto em linguagem quanto em poder aquisitivo é o que pode ajudar o Brasil a virar o jogo.
“Para muitas famílias, a qualificação ainda é uma barreira econômica. Para prender a atenção do jovem, de modo que ele inicie uma trilha de aprendizado e conclua é preciso investir em novas plataformas tecnológicas que dialoguem com o seu universo. Este será o desafio da educação profissional para os próximos anos”, encerra.