Comemoração Dia da Mulher? Pesquisas mostram mais violência e desemprego com a pandemia

Dia é marcado pelas perdas com a pandemia : desemprego e violência doméstica Imagem: ilustração
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No Dia Internacional da Mulher, o mundo também completa um ano de pandemia. E as mulheres, certamente, foram as mais afetadas pelas mudanças impostas pelo coronavírus.

Ainda em 2020, a ONU Mulheres lançou um alerta mundial, advertindo autoridades políticas, sanitárias e organizações sociais sobre a forma como a pandemia da Covid-19 e o isolamento social poderiam afetar as mulheres – tanto através da sobrecarga de trabalho como através do incremento dos índices de violência doméstica e diminuição de acesso a serviços de atendimento.

No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) realizada pelo IBGE, aponta que cerca de 7 milhões de mulheres deixaram seus postos de trabalho no início da pandemia, 2 milhões a mais do que o número de homens na mesma situação.

“O documento da ONU aponta que, na história da humanidade, toda crise social atingiu com mais intensidade as mulheres”, observa Simone Mainieri Paulon, psicóloga, professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Outra pesquisa “Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, da Gênero e Número e da Sempreviva Organização Feminista, metade das mulheres brasileiras passou a cuidar de alguém durante a pandemia da Covid-19. No caso das mulheres rurais esse percentual alcança 62% das entrevistadas. Entre abril e maio, foram entrevistadas 2.641 mulheres, de todas as regiões do Brasil, em áreas urbanas e rurais. Cerca de 80% dessas mulheres estão cuidando de familiares, 24% de amigos e 11% de vizinhos.

Trabalho doméstico
A percepção das mulheres é que o trabalho doméstico – que inclui preparar ou servir alimentos, lavar louça e limpar o domicílio, entre outros – se intensificou no período da pandemia. Quando perguntadas se a atual situação alterou a distribuição das tarefas domésticas em suas casas, 23% avaliaram que a participação de outras pessoas no trabalho doméstico e de cuidado diminuiu, 64% das entrevistadas indicaram que no período do isolamento social a distribuição permaneceu a mesma e apenas 13% consideram que essa participação aumentou.

“Sinto sobrecarga mental sobre as tarefas domésticas e sobre o ‘dever’ de administrar a casa e decidir o que fazer ou não na manutenção da casa durante o isolamento”, disse uma das entrevistadas.

Trabalho remoto
A pesquisa revelou também que, além do cuidado com outros e com a casa, 41% das mulheres que seguiram trabalhando durante a pandemia com manutenção de salários afirmaram trabalhar mais na quarentena, relatando uma sobrecarga. Entre as que passaram a trabalhar em casa, com manutenção de salário, mais de 50% afirmaram que as tarefas domésticas “aumentaram muito”. 65,4% das mulheres disseram que a responsabilidade com o trabalho doméstico e de cuidado dificulta a realização do trabalho remunerado.

De acordo com a pesquisa, “a intensificação e aumento da frequência de realização do trabalho doméstico e de cuidados não foram acompanhados por um aumento da participação de outras pessoas [do domicilio]”.

“Os trabalhos domésticos me impedem de me concentrar para realizar trabalhos no computador. O mesmo não acontece com meu marido, que faz muito pouco em casa e tem a maior parte do tempo livre para trabalhar. E vejo que minhas amigas estão em um ritmo parecido”, afirma outra entrevistada.

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Desemprego

Segundo o Ipea, o percentual de mulheres que estavam trabalhando no final de 2020 ficou em 45,8% (terceiro trimestre). O nível mais baixo desde 1990, quando a taxa ficou em 44,2%.
Ainda pelos dados da pesquisa da Sempreviva Organização Feminista, a maioria (58%) das mulheres desempregadas são negras. Além disso, elas estão mais sujeitas aos efeitos da redução da atividade econômica, uma vez que representam boa parte dos trabalhadores informais, os mais vulneráveis em períodos de recessão. Também são a maioria no trabalho doméstico remunerado, que é majoritariamente informal. Já 40% das mulheres afirmaram que a pandemia e a situação de isolamento social colocam a sustentação da casa em risco. A maior parte das que têm essa percepção são mulheres negras (55%), que no momento em que responderam à pesquisa tinham como dificuldades principais o pagamento de contas básicas ou do aluguel.

Violência doméstica
Sem dúvida, a violência contra as mulheres é um dos fatores mais preocupantes desde o início da pandemia. Dados recentes, apontam aumento de 22% nos casos de feminicídio no Brasil, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), entre os meses de março e abril.

Para muitas mulheres, ficar em casa não é sinônimo de estar protegida.  91% das mulheres acreditam que a violência doméstica aumentou ou se intensificou durante o período de isolamento social. Quando perguntadas sobre suas experiências pessoais, no entanto, somente 8,4% das mulheres afirmaram ter sofrido alguma forma de violência no período de isolamento. Esse percentual aumenta entre as mulheres com renda familiar de até 1 salário mínimo, 12%; e entre as mulheres rurais 11,7%.  As violências são inúmeras, desde cárcere privado, tapas e empurrões, até mexer no celular sem permissão.

“Semana passada eu ouvi minha vizinha apanhar do marido dela, liguei pra polícia e eles não me deixaram fazer a ligação como anônima, então fiz no meu nome”, contou outra entrevistada.

E em tempos de agravamento dos números da Covid e alta letalidade entre os homens, as mulheres ainda vão ter pouco a comemorar nos próximos meses de 2021.

 

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