Como é a fertilidade dos solos da Região Amazônica e a origem da Terra Preta, importante tesouro antropogênico.

Solo de Terra Preta Foto: Nendra Sued
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A Região Amazônica possui uma variedade de espécies exóticas e ricas em sua vegetação, oferecendo não só uma paisagem, mas um estilo de vida saudável para os habitantes, incluindo o uso medicinal de plantas e frutos.

O que a maioria das pessoas não sabe é que o solo que sustenta essa imensa floresta não é naturalmente fértil, ou seja, não seria totalmente adequado para o plantio sem algum tipo de intervenção humana.

“Na verdade, o que torna o solo amazônico fértil é a camada de matéria orgânica que tem sobre ele. Grande parte do solo da Amazônia sofre ação biológica por meio do clima, da fauna e da própria flora”, conta Itáguacy Garcia, técnico agrônomo na AMBEV (Companhia de Bebidas das Américas).

Segundo levantamentos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apenas 14% dos solos amazônicos são adequados para a agricultura. A degradação do solo é o principal fator que ocasiona a infertilidade na região. Degradação é o processo pelo qual o solo perde nutrientes. Lixiviação, poluição direta, desertificação e salinização são tipos de degradação.

A ação do homem, por meio do desmatamento e do processo de lixiviação, aliados ao clima, ocasionam a perda dos nutrientes necessários para um solo produtivo.

Lixiviação nos solos amazônicos
Lixiviação ou erosão laminar é o nome dado à “lavagem” do solo pelo escoamento de água, muito presente em regiões tropicais e equatoriais.
Na Amazônia, este processo acontece devido ao grande índice pluviométrico e à acidez dos rios, como é o caso das regiões banhadas pelo Rio Negro, conhecido como “Rio da Fome” por ser altamente ácido.

A relação do indígena com o solo e a TPI
O solo costuma ser um grande depósito para as comunidades que vivem na floresta. Nele são acumulados dejetos humanos, resquícios de fogueiras, carcaças de animais, restos de alimentos, além dos próprios corpos que são enterrados e de fragmentos de materiais utilizados em artesanatos, como cerâmicas e ferramentas feitas de pedras.

Estudos afirmam que a Terra Preta de Índio (TPI) é consequência de toda essa bagagem antropogênica, ou seja, dos resíduos químicos e biológicos formados a partir do que foi disposto no solo pelas antigas civilizações.

“Isso tudo se decompôs ao longo do tempo e, como tudo o que era despejado na terra continha muitos nutrientes, se formou uma camada de solo rica, principalmente em carbono e que é extremamente fértil. Com certeza é a terra mais fértil da Amazônia. No estado do Amazonas, ela é encontrada em municípios como Iranduba, Parintins e Autazes”, informa Itáguacy Garcia.

​Manchas de Terra Preta são observadas em sítios arqueológicos, possuindo extensões de até 350 hectares e profundidade de até dois metros. São muito escuras e contêm elementos como fósforo (P), manganês (Mn), magnésio (Mg), nitrogênio (N), cálcio (Ca) e carbono orgânico (TOC), o que as difere dos demais tipos de solos encontrados na Região Amazônica.

Outros tipos de solos
Além da TPI, há outros solos com as mais variadas características encontrados na Amazônia. Os Yanomami os denominam principalmente pela morfologia, teor de matéria orgânica e presença de minhocas, podendo essa classificação ser equivalente às denominações taxonômicas que existem atualmente. Alguns deles são: Latossolo Amarelo (Maxita a axi); Plintossolo (Maxita a axi a maamaxipë); Argissolo Vermelho-Amarelo (Maxita a uuxiwakëaxi) e Argissolo Amarelo (Maxita a axi).

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