Conferência Municipal de Segurança Alimentar é iniciada com o tema Amazônia sem fome

Conferência Municipal de Segurança Alimentar é iniciada com o tema Amazônia sem fome
Foto: Phil Limma / Semcom
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Com o objetivo de discutir e propor estratégias para a garantia do direito à alimentação adequada de famílias em estado de vulnerabilidade social, a Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsean), com apoio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), deu início, nesta quinta-feira, 28/9, a 6ª Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, com o tema “Amazônia Sem Fome – Sistema Alimentar Sustentável com a Agricultura Familiar”.

O evento, que acontece nos dias 28 e 29/9, no Parque Municipal do Idoso, no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul, deu início a sua programação com a fala de autoridades, gestores e representantes da sociedade civil envolvidos na execução de políticas públicas de alimentação e nutrição, seguida da conferência magna, de tema homônimo.

“Hoje é um momento em que nos reunimos para conferir e avaliar a forma com que a política de segurança alimentar e nutricional vem sendo desenvolvida atualmente no município e o que nós, enquanto poder público, junto à sociedade civil, podemos fazer para garantir à população o seu direito a uma alimentação de qualidade. Durante esses dias de programação, esperamos ampliar esse debate e colher as melhores propostas possíveis”, destacou o secretário Eduardo Lucas, titular da Semasc.

O presidente do Comsean, José Manoel Leite, também ressaltou a importância da conferência para o fortalecimento das políticas de alimentação na capital amazonense e, por consequência, no estado. Para o conselheiro, é essencial pensar na didática a ser desenvolvida como parte dessas políticas.

“É a partir daqui que delegaremos quem participará das conferências estadual e nacional, assim dando continuidade ao nosso trabalho de combate à fome em nossa cidade e fortalecendo nosso sistema de alimentação, doações e de campanhas socioeducativas voltadas para as famílias atingidas pela insegurança alimentar”, explicou.

Definida como o acesso físico, social e econômico permanente a alimentos nutritivos, seguros e em quantidade suficiente, a segurança alimentar é fundamental para uma vida ativa e saudável, além de ser essencial para o sucesso e desenvolvimento de outras políticas públicas.

De acordo com a presidente da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Criativa do Amazonas e palestrante da conferência magna, Tatiane Valente, é necessário discutir sobre o quão próxima da realidade amazonense atual a definição teórica de segurança alimentar realmente está.

“O intuito central aqui é dialogar sobre o cenário nacional e fazer os recortes necessários para a realidade de nosso estado. Precisamos discutir as possibilidades de construção de novas políticas públicas a partir da diversidade existente no município, levando em contas nossas particularidades e demandas específicas”, afirmou.

Juliana Diz, nutricionista e diretora do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Dsan) da Semasc, destacou ainda as principais consequências físicas e sociais ocasionadas pela crescente insegurança alimentar observada no município após o período pandêmico.

“É um problema que vem se agravando nos últimos anos, em especial por conta do alto índice de desemprego gerado pela pandemia. Uma criança que vai à escola sem uma alimentação de qualidade garantida não consegue estudar, assim como um pai que sai de casa atrás de trabalho sem comer não consegue trabalhar por conta da angústia e fraqueza física causada pela fome. É através de momentos como este que avaliamos as melhores formas de mudar este cenário”.

Representando as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) presentes no primeiro dia de conferência, Lenize Bezerra, presidente do Instituto Solidários do Amazonas, definiu a ocasião como um momento de consolidação de um trabalho já realizado em conjunto.

“É um momento importante não apenas para a sociedade civil, mas para todo o Poder Público, uma vez que é aqui que podemos ampliar ainda mais a construção de uma rede unificada de conhecimento e ações que visem combater e minimizar o contexto de insegurança alimentar vivido por milhares de famílias hoje”.

2º dia de atividades

A programação da 6ª Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional continua nesta sexta-feira, 29/9, das 8h às 17h, com a formação dos grupos de trabalhos em três eixos: Determinantes Estruturais e Macrodesafios para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional; Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e Políticas Públicas Garantidoras do Direito Humano à Alimentação Adequada; e Democracia e Participação Social.

Ao fim do dia, as propostas elaboradas serão avaliadas e votadas para que sejam encaminhadas para o âmbito estadual.

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