As negociações na 28ª Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas, a COP28, estenderam-se noite adentro e a hora prevista de conclusão passou sem acordo à vista.
No centro da discórdia estão os combustíveis fósseis, uma vez que o rascunho do documento final não menciona a sua eliminação gradual.
O diretor-geral da COP28 disse que estão a trabalhar num novo esboço de acordo e asseverou que o objetivo é “alcançar o resultado mais ambicioso possível”.
O objetivo era que às 11h00 desta terça-feira (7h00 em Lisboa) se alcançasse uma “conclusão ordenada da conferência”, mas essa hora chegou sem qualquer acordo à vista.
Os Estados-membros da União Europeia, os EUA e muitos países insulares estão em desacordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Arábia Saudita em relação à eliminação gradual dos combustíveis fósseis.
O último rascunho do documento final, apresentado na segunda-feira no Dubai, não menciona a eliminação gradual de combustíveis fósseis. Em vez disso, o documento refere que as nações deveriam “reduzir o consumo e a produção de combustíveis fósseis de uma forma justa, ordenada e equitativa”. Ou seja, o documento de 21 páginas daria total liberdade aos países signatários do acordo de Paris para escolherem a sua forma de “reduzir” os combustíveis fósseis, sem obrigação.