Crueira da Amazônia e um gostinho de infância

Foto: Nendra Sued
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A crueira, retirada da mandioca, e os pratos típicos feitos a partir dela por gerações de famílias amazônicas.

 

Mandioca, macaxeira, aipim, castelhina, uaipi ou maniva, do tupi manioca (casa de Mani, deusa guarani) é o maior produto nacional, tendo em vista sua versatilidade. Na cozinha urbana brasileira, pode ser cozida, frita, e dar origem a massas para salgados, bolos e pães, e é também do que é feito o beiju ou tapioquinha, a goma e o tucupi do tacacá.
Há todo um processo realizado pelos agricultores para a retirada da massa de mandioca que resulta em farinha, em goma, em tucupi e na nem tão conhecida crueira. Primeiramente, a mandioca é descascada e colocada para amolecer em água. Então é triturada, prensada no tipití e peneirada na urupema (peneira). O que passa pelo crivo, vira farinha e o que sobra, ou seja, as fibras e os pedaços grandes e duros é o que chamamos de crueira.

Após esse procedimento, a massa amarelada é colocada no sol para secar e aos poucos vai adquirindo uma tonalidade mais clara.

Nelissa Vieira, de 10 anos, compartilha suas lembranças no interior do Amazonas com sua avó que faleceu há um ano. “Lembro que minha avó fazia fritinho e mingau de crueira pra mim e pros meus primos quando a gente ia visitar ela. Geralmente era no lanche da tarde, mas também no café. O fritinho é bom quente acompanhado de café ou chocolate quente.”
Frito, fritinho ou rosquinha de crueira é a massa da crueira escaldada com água quente, enrolada e frita até dourar. Possui um formato, uma textura, um cheiro e um gosto inigualável. É consumido preferencialmente salgado e quente pelos ribeirinhos e caboclos ao fim da tarde.

O mingau não é diferente. É salgado e os pedaços de crueira são mantidos. “O sabor do fritinho e do mingau são únicos. Do jeito que minha avó fazia ninguém consegue fazer. Ainda mais que pra fazer o fritinho, tem que ter cuidado porque se feito errado ele pode espocar na frigideira e machucar alguém.”, relata a criança rindo.

Além do mingau e do fritinho, também é possível fazer bolos e bolinhos de crueira assados.

​Sem dúvida, o sabor da crueira desperta em muitos amazônicos um gostinho de infância inesquecível, relembrando as tardes em família. Para quem quiser experimentar novamente ou pela primeira vez, a massa ou farinha de crueira é encontwda em feiras e mercados das cidades da região.

 

Tipití

Imagem: Boletim Técnico do Instituto Agrônomo do Norte

O tipití é um utensílio típico constituído de fibras de Jacitara, planta da família das palmeiras. A massa é colocada no interior e o tipití é torcido até eliminar totalmente a água.

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