O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve chegar a Hiroshima, no Japão, na noite desta quinta-feira (18/05), para novo encontro com líderes globais.
De sexta (19) a domingo (21) acontece a reunião do G7, o grupo de países ricos liderado pelos EUA, acrescido de convidados do Sul Global.
“Fortalecer o vínculo com o Sul Global”, aliás, é um dos dois eixos definidos pelo Japão, como país anfitrião. O outro é “defender a ordem internacional”, num cenário em que esse conceito está posto em xeque pela Guerra da Ucrânia e pelos reiterados atritos entre potências como EUA e China.
Para a aproximação com o Sul Global, foram convidados os líderes da “troika do G20”, como está sendo chamado o time formado por Brasil, futuro presidente do grupo que reúne países ricos e emergentes, Índia, presidente neste ano, e Indonésia, que presidiu no ano anterior.
“Certamente o presidente fará uma defesa do multilateralismo”, disse Celso Amorim, assessor especial de Lula para política externa.
Questionado se a atenção dada à “troika” de Brasil, Índia e Indonésia visa afastar da China os grandes emergentes, Amorim disse que essa é uma possibilidade, mas acrescentou que essa seria uma tarefa impossível. “Não faz sentido tentar isolá-la. Tudo bem que o G7 tenha lá a política dele, que queira ter propostas e discutir. Mas é claro que, se você quer soluções globais, é impossível fazê-lo sem a China. Na realidade, também a Rússia, mas ela tem dificuldades específicas no momento.”
O que foi confirmado pelo Itamaraty foi uma reunião bilateral de Lula com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e outra com o presidente indonésio, Joko Widodo, ambas na sexta. Também se procura viabilizar um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron. É parte do esforço de reapresentar o Brasil aos principais atores mundiais, segundo Amorim.