Neste sábado (30/03), obras cinematográficas do ator amazonense Adanilo, estarão em cartaz no Cineclube de Artes, em exibição a partir das 19h, no Cineteatro Guarany, avenida Sete de Setembro (anexo ao Palácio Rio Negro), Centro. Dos cinco curtas-metragens exibidos, dois são escritos e dirigidos pelo ator de projeção internacional. A entrada é gratuita e a classificação indicativa é de 16 anos.
O Cineclube e Artes é um projeto que proporciona visibilidade ao audiovisual e aos artistas amazonenses atuantes no segmento. Neste sábado, os holofotes estarão para a programação intitulada “A arte de Adanilo no cinema”.
O curta “A menina do guarda-chuva” (2014) abre a exibição no cineteatro. A obra foi a primeira atuação de Adanilo no audiovisual, culminando com o primeiro trabalho da Artupre Produções, companhia fundada por ele em parceria com demais profissionais. “A menina do guarda-chuva foi o primeiro filme que a gente conseguiu se firmar tanto como produtora, quanto produtora de arte, produtora de cinema”, disse. O roteiro e direção é de Rafael Ramos.
Na sequência, “Aquela Estrada” (2016), também assinado pela Artrupe, escrito e dirigido por Rafael Ramos. “É um filme diferente do primeiro, é mais alternativo, por assim dizer, já se experimenta mais, já não conta uma historinha tão simples”, acrescenta Adanilo.
O terceiro filme “O Tempo Passa” (2016) é o resultado de políticas públicas culturais, contemplado com recursos de editais municipais e estaduais. “Foi muito importante para a minha carreira, inclusive, porque com esse portfólio consegui acessar outras vias de produção no Rio de Janeiro, principalmente”, ele recorda. “É um filme que, inicialmente, eu escrevi o roteiro. Depois transferi para o Diego Bauer, que foi quem dirigiu também. É um filme que se passa na Compensa, e tem essa proximidade com o bairro onde eu nasci e me criei”.
Também será exibida a obra “521 Anos – Siia Ara” (2021), uma videoperformance com atuação, roteiro e direção de Adanilo. A convite da companhia de teatro amazonense Ateliê 23, o ator participou da mostra Raça, Gênero e Sexualidade. “Eu construí essa obra que fala sobre o coma colonial, o quanto nós brasileiros de maneira geral estamos adormecidos com os temas da colonização. E a oportunidade que a gente tem pra despertar nossos olhares, enxergar nossas identidades e retomar nossa cultura, nossas tradições”.
Encerrando o sábado, “Castanho” (2023), curta-metragem escrito e dirigido pelo amazonense, segue um modelo de ficção. O trabalho ganhou grande repercussão, participando de vários festivais, como o Festival de Cinema do Rio, o Festival Curta Kinoforum, em São Paulo, e estreou no Festival de Cinema Olhar do Norte, em Manaus. “Foi a primeira vez que experimentei escrevendo e dirigindo, sem participar (atuando) nem nada. O elenco é composto pela Sofia Sahakian, Rosa Malagueta e Israel Castro”, finaliza Adanilo.
Sobre o ator
Indígena, manauara, ator, dramaturgo e diretor. Atuou nos filmes “Marighella”, de Wagner Moura, “Noites Alienígenas”, de Sérgio de Carvalho, “Eureka”, de Lisandro Alonso, “Oeste Outra Vez”, de Erico Rassi, “O Rio do Desejo”, de Sérgio Machado e “Ricos de Amor 2”, de Bruno Garotti. Na televisão, atuou na novela “Renascer”, e também nas séries “Segunda Chamada”, da Globo, dirigida por Joana Jabace, “Dom”, da Prime Video, dirigida por Breno Silveira, “Cidade Invisível”, série original Netflix comandada por Carlos Saldanha, e “Um Dia Qualquer”, direção de Pedro Von Kruger para o streaming HBO+.
Como diretor, Adanilo dirigiu os curtas “Castanho”, “521 Anos | Siia Ara”, e os espetáculos de teatro “Bicho Doido” e “Primeiro Quarto”. Já na função de dramaturgo, Adanilo publicou textos nos livros “Outras Dramaturgias”, “Amazonas Dramaturgias” e foi premiado no concurso Jovens Dramaturgos, do SESC, publicando o livro da peça “Bicho Doido”.
Em Manaus, Adanilo foi co-fundador da Artrupe Produções, onde desenvolveu filmes, peças de teatro e eventos culturais diversos, participando de editais e festivais locais e nacionais. Atuou ainda nos grupos Apareceu a Margarida, no Grupo Origem e Cês em Cena.
Já no Rio de Janeiro, colaborou com a criação da Companhia Casa 407, investigando a linguagem da palhaçaria e do teatro de rua, e fundou o Teatro Galeroso, grupo que investiga as artes cênicas e audiovisuais a partir de uma visão amazônica decolonial.