Depoimento de Elisabeth Valeiko mantém dúvidas sobre acontecimentos em dia do crime que vitimou engenheiro

Em sua narrativa dos fatos que transcorreram ao longo da noite do dia 29 de setembro, último dia em que Flávio foi visto com vida, a primeira-dama conta que estava no hospital com o marido quando recebeu um telefonema de sua filha mais velha, Paola, pedindo que a mãe fosse à casa de Alejandro – ele e outro rapaz estariam machucados.

No depoimento, ela segue esclarecendo o que viu na casa, incluindo manchas de sangue espalhadas, mas não sabia o que havia acontecido naquela noite de domingo. Ela declara, então, que: “não se recorda do horário em que saiu do condomínio, porém, o fez na companhia de seu marido Arthur”·

De acordo com o advogado de defesa da família, Yuri Dantas, antes de receber o telefonema de sua filha, a primeira-dama estava com Arthur no hospital. Ao receber a notícia, deixou o prefeito sob cuidados médicos e seguiu à casa de Alejandro. Horas depois, Arthur, já lúcido, pós-procedimento de infiltração na coluna cervical, decidiu ir até a casa do enteado.

“Arthur estava paralisado da cintura pra baixo, devido ao procedimento. Então ele começa a retomar a consciência e entende que algo está acontecendo. Ela [Elisabeth] não quer dizer o que aconteceu, não quis preocupá-lo. Mas ele sente que tem algo e vai pra residência do Alejandro, onde fica breve tempo lá. Ainda estavam o síndico e algumas outras pessoas na casa. A polícia já tinha ido embora. Ele chegou a entrar, sentou lá, mas permaneceu muito pouco tempo na casa”, comentou o advogado Dantas.

Ao longo das prestações de esclarecimentos à Delegacia de Homicídios, Elisabeth é constantemente questionada sobre a ligação dela e do filho com o policial militar Elizeu da Paz de Souza. Ele aparece em câmeras de segurança do condomínio de Alejandro, logo após a confusão entre os participantes da festa.

Confira outros questionamentos feitos à primeira-dama pela Delegacia de Homicídios nesta segunda-feira (21).

Perguntada o motivo de não ter solicitado a Elizeu que este acompanhasse Alejandro na referida viagem [ao Rio de Janeiro, um dia após o corpo de Flávio ser encontrado]?

– Respondeu que essa opção não passou por sua cabeça;

Perguntada quando foi o primeiro contato que teve com Elizeu [Policial Militar preso] depois do ocorrido?

– Respondeu que não se recorda se entrou em contato com ele;

Perguntada se entrou em contato com Elizeu depois que tomou conhecimento de que Flávio estava morto e que Elizeu havia levado Flávio de dentro do condomínio?

– Respondeu que não, e que não entendeu a atitude de Elizeu, visto que sua função era proteger Alejandro e, no entanto, ele havia tomado tal atitude.

Perguntada se alguém da família perguntou a Elizeu de ter tomado tal atitude?

– Respondeu que não sabe, tendo em vista que estava focada na internação compulsória de seu filho Alejandro.

Perguntada se conhecia Mayc Viníciu Teixeira Paredes [unico suspeito que confessou participação na morte do engenheiro]?

– Respondeu que não.

Perguntada se entrou em contato com alguns dos presentes na casa de Alejandro ou com os familiares destes após o fato em tela?

– Respondeu que conversou, dias depois, somente com a genitora de Júnio [outro suspeito que estava na casa de Alejandro e está preso].

Perguntada se teve contato com Elizeu após a sua prisão?

– Respondeu que não.

Perguntada se Elizeu já chegou a dirigir uma caminhonete Amarok, na cor branca?

– Não soube informar.

Perguntada se está auxiliando nos custos advocatícios de Elzieu e Mayc, assim como de todos os outros envolvidos, com a exceção de seu filho Alejandro?

– Respondeu que não.

Perguntada quem custeava a manutenção da residência da casa de Alejandro?

– Respondeu que é responsável por tais custeias.

Perguntada se Alejandro possui emprego?

– Respondeu que não, comunicando que em razão disso o sustenta.

Perguntada qual a condição de Vitório [outro preso] estar morando na de Alejandro, se ele é amigo ou funcionário da residência?