Dia do Jornalista: comemoração ou luta?

Equipe de reportagem é agredida por manifestantes em Minas Gerais Foto: Fred Magno/O TEMPO
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O Dia do Jornalista foi criado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) como uma homenagem a Giovanni Battista Libero Badaró, importante personalidade na luta pelo fim da monarquia portuguesa e Independência do Brasil.

Giovanni Badaró era médico e jornalista, e foi assassinado no dia 22 de novembro de 1830, em São Paulo, por alguns dos seus inimigos políticos. O movimento popular que se gerou por causa do seu assassinato levou D. Pedro I a abdicar do trono em 1831, no dia 7 de abril, deixando o lugar para seu D. Pedro II, seu filho, com apenas 14 anos de idade.

Foi só em 1931, cem anos depois do acontecimento, que surgiu a homenagem e o dia 7 de abril passou a ser Dia do Jornalista. Foi também no dia 7 de abril que a Associação Brasileira de Imprensa foi fundada, em 1908, com o objetivo de assegurar aos jornalistas todos os seus direitos.

Esgotamento, desemprego e depressão têm aumentado entre jornalistas

Direitos do Jornalismo?

E é justamente garantir os direitos dos jornalistas a missão mais árdua da profissão. Assim como outras profissões ligadas ao pensamento crítico, o Jornalista foi alvo de perseguição e de uma campanha de incentivo ao ódio da população pelo jornalismo nos últimos quatro anos.

Segundo a a Abraji, entidade do Jornalismo Investigativo no Brasil, os ataques contra jornalistas cresceram 23% em 2022, chegando a 557 episódios. Em 41,6% dos casos, há ao menos um integrante da família Bolsonaro envolvido.

O relatório anual traz  dois monitoramentos sistemáticos realizados pela organização: o da violência geral e o da violência de gênero contra jornalistas. A publicação reúne análises e recomendações focadas na liberdade e na segurança da imprensa brasileira em 2022. Os dados expõem um cenário preocupante, marcado pela escalada de ataques sobretudo os feitos com mais violência.

O relatório “Monitoramento de ataques a jornalistas no Brasil” foi lançadoem março em um evento em São Paulo, no Campus Monte Alegre da PUC-SP, promovido pela Abraji em parceria com o curso de Jornalismo da universidade e com o apoio da Embaixada Britânica e está disponível neste link. 

É também notório a precariação das condições trabalhistas dos Jornalistas brasileiros. Salários cada vez mais achatados e jornadas de trabalho cada vez maiores, têm provocado na classe um grande número de desistências do oficio. E o mais grave, grande índices de depressão e até suicídios estre jornalistas.

Burnout

A famosa Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional que é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resulta de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.

Não atoa o Burnout tem sido diagnosticado cada vez mais em jornalistas. Casos como do repórter Marco Aurélio Souza que tinha 18 anos de Globo,e anunciou,  a saída do Grupo por causa do esgotamento.

Ou ainda da apresentadora Izabella Camargo que passou por momentos difíceis em 2018, quando teve um “apagão” ao vivo ao apresentar a previsão do tempo na Globo e foi diagnosticada com síndrome de Burnout. Depois de licença foi demitida da emissora e travou uma batalha jucial na justiça do trabalho que se estende até os dias atuais.

Depois de Burnout e demissão da Globo, Izabela Camargo lançou o livro Dá um Tempo! Foto:reprodução

Em 2020, uma pesquisa intitulada  “História cruzadas: saúde mental do jornalista dentro das redações”, foi realizada pela jornalista Gabriela Olivano. No formato de pesquisa híbrida, com métodos qualitativos exploratórios e quantitativos, com 21 profissionais, entre 22 e 82 anos de idade. Cada jornalista respondeu 42 questões que versavam, entre outras coisas, sobre perfil pessoal, experiências profissionais, avaliação sobre as condições de trabalho dentro das redações e uma questão latente: a saúde mental no jornalismo.

“A pesquisa entrevistou jornalistas recém-formados e veteranos que trabalham ou já passaram pelos veículos mais populares do país – como O Globo, El País, Revista Veja, O Dia e Folha de São Paulo”, explica Gabriela.

Respondida por jornalistas do Rio de Janeiro e de São Paulo, o levantamento mostra uma crise no cuidado na forma de fazer jornalismo, prejudicando a saúde mental dos profissionais da categoria. Enquanto os conglomerados inserem o tema de saúde mental na pauta do dia, os jornalistas se queixam pelas implementações tímidas sobre o assunto nas relações de trabalho.

A pesquisa mostra que  85,7% têm medo de perder o emprego. Complementando a inconstância, 52,4% dos profissionais entrevistados consideram seu nível de estresse elevado. E os dados mais impressionantes:57,1% dos jornalistas entrevistados fazem acompanhamento psicológico e 85,7% já fizeram os fazem acompanhamento psiquiátrico.

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