O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu tamanho após as eleições e o fim de seu mandato, em dezembro de 2022. “É lógico que ele perdeu tamanho”, afirmou o deputado, um dos principais aliados de Bolsonaro até o ano passado.
Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, que foi ao ar na noite desta quarta-feira (15/03) na GloboNews, Lira amenizou o tom da análise que fez sobre a fragilidade das alianças políticas do governo Lula (PT) no Congresso.
O presidente da Câmara disse que o governo Lula está evoluindo na relação com o Congresso, apesar de ainda enfrentar dificuldades.
Há dez dias, Lira afirmou a empresários que Lula não tem margem mínima de votos e não tem apoio no Legislativo nem para aprovar leis por maioria simples, muito menos para avançar em matérias constitucionais, como é o caso da reforma tributária.
Após a fala em tom crítico, ele e Lula se reuniram em um jantar. Segundo Lira, as conversas com o presidente “sempre são tranquilas e agradáveis”. Ele negou que a pauta tenha sido a distribuição de cargos e citou um diálogo sobre questões que interessam ao país.
Apesar de reafirmar a existência de fragilidades na Câmara, Lira agora entende que há avanços e acredita que o governo estará “solidificado” antes da votação da reforma.
O presidente da Câmara elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem teve um jantar nesta quarta-feira sobre o arcabouço fiscal e a reforma tributária. “O ministro conta com a simpatia dos líderes da Câmara, com a boa vontade em ouvi-lo e prestigiá-lo”, disse.
Lira afirmou que Haddad demonstra equilíbrio, tranquilidade e abertura para o diálogo sobre a proposta de regra fiscal elaborada pela Fazenda para substituir o teto de gastos.
“Essas conversas têm sido muito proveitosas. Esperamos que o ministro faça o seu périplo, conversando com todos que precisam conversar, principalmente com o presidente Lula, para ter o aval do governo, e possa nos dar a oportunidade de propor e entender como vem esse projeto”, afirmou.