Em Manaus: representatividade feminina no parlamento ainda não supera os 10%

Nas eleições do ultimo domingo, somente quatro mulheres foram eleitas em Manaus para um universo de mais de 704 mil eleitoras aptas a votar na capital
Visão geral do plenário: poucas mulheres nas bancadas da CMM Foto: Roberval Rocha / CMM
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Dos 1.088.826 eleitores que foram as urnas no último domingo, a maioria era de mulheres. Segundo o site do TSE, elas representam 52% do eleitorado de Manaus. Mesmo assim somente quatro mulheres foram eleitas para a nova legislatura municipal de um total de 41 vereadores.

Duas são veteranas. Glória Carrate vai começar seu sexto mandato e a professora Jacqueline que foi reeleita como a mais votada entre as mulheres com 9.208 votos. Gloria Carrate teve 4.299 votos.

Mas há também duas estreantes na política: Thayssa Lippy do PP e Yomara Lins do PRTB. Embora pela primeira vez eleitas, as duas tem ligações com a política por meio da família.

Thayssa, que recebeu 6.736 votos ,é filha do deputado estadual Felipe Souza e Yomara Lins, que teve 4.278 votos, é tia do deputado Fausto Júnior.

Para o professor Helson do Carmo, cientista social, essa pouca representatividade feminina no parlamento é algo vergonhoso. “ O Brasil é um dos últimos quanto a representatividade feminina. Aqui a média é de 10 a 15%. Em Manaus, é ainda menor. É algo cultural . Do machismo estrutural que vem dos próprios partidos políticos” ressaltou o professor Helson.

“Até o Partido da Mulher Brasileira aqui em Manaus que tinha uma nominata de 62 candidatos, somente 19 eram mulheres. O que eu vejo é que os partidos são feudos”, explicou o professor.

Por lei, 30% das vagas para concorrer as eleições nos partidos devem ser destinadas as mulheres. O que vem acontecendo é que muitas se candidatam somente como “laranjas”. Mulheres que, na verdade, não têm a menor intenção de se eleger e são usadas somente para arrecadar o fundo eleitoral e repassar aos partidos. Para o cientista político Helson do Carmo , “ isso se resolveria com uma reforma política. Com votação em lista como alguns países já fizeram.”

Já a professora Ivania Vieira do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas defende, neste  momento, as cotas: “Por que necessitamos de cotas? Estamos no século 21! Já deveríamos ter superado essa fase na história da humanidade. Mas, a máquina partidária é voraz e poderosa. Dela, mulheres participam como sujeitos secundários, não para serem candidatas e conquistarem mandatos. Quanto mais aprendermos a fazer significar a maioria que representamos no eleitorado do Brasil, do Amazonas, e na sociedade, mais tesões e tomada de posição por mais mulheres no parlamento irão acontecer”, ressalta.

Por que Não votamos em mulheres?

De acordo com o TSE, o Tribunal Superior Eleitoral, dos 1.331.613 eleitores aptos a votar na capital amazonense, 704.199 eram mulheres. Com uma abstenção baixa de 18,23% ,é possível afirmar que muitas eleitoras foram sim votar mas poucas escolheram outras mulheres para lhes representar. Mesmo assim, houve um ligeiro (pequeníssimo mesmo) progresso em relação ao numero da legislatura anterior : de três para quatro vereadoras na Câmara Municipal de Manaus.

O fato é que a maioria absoluta de homens e mulheres brasileiros , escolhem homens para representá-los. E por quê?

Para a professora de Jornalismo da UFAM, Ivânia Vieira, a resposta está na escola. “Por que foram/são educadas dentro de uma lógica de poder, a do patriarcado.  Pensemos sobre o efeito a longa prazo de um sistema que se consolida pela noção do poder do homem, do macho, sobre diferentes espaços de poder. Há uma estrutura muito bem montada e profundamente narrada, ensinada nas famílias, nas escolas, nas igrejas, que forjou a compreensão e aceitação/sujeição desse sistema pelo conjunto da sociedade. Mulheres devem votar em pessoas capazes de brigar, de falar alto e grosso e que são    emocionalmente equilibradas (não choram, só se for para conquistar votos). Essa é a etiqueta do patriarcado e do machismo. Ela está presente na vida dos partidos políticos e entranhada nas instituições. Ainda vive nos protocolos de inúmeras normas, legislações, estatutos e atua em mentes corações reforçando a ideia de que política é lugar destinado ao homem” defendeu a professora Ivania.

As Eleitas

A vereadora eleita Yomara Lins conversou esta manhã com o Portal da Marcela Rosa. A política disse que já houve um avanço e que pretende ajudar mais mulheres a se posicionarem profissionalmente.

“ Eu pretendo incentivar as mulheres a estudarem ,  a fazerem cursos profissionalizantes, a terem uma profissão, a avançar, porque somos guerreiras, vencedoras. Muitas são pais e mães e precisam trabalhar fora e criar seus filhos. Isso mostra a força além do normal. Vamos trabalhar muito para melhorar a vida desta mulheres” ressaltou a vereadora eleita pelo PRTB.

Veja agora o perfil das quatro vereadoras eleitas de Manaus:

Professora Jacqueline foi a mais votada entre as mulheres Foto : Instagram

Professora Jacqueline, se dedicou ao magistério. É natural de Russas – CE,  tem 56 anos de idade e também é pedagoga e advogada.

Gloria Carrate vai para o sexto mandato Foto : Instagram

Glória Carrate é natural de Rondônia tem 58 anos, é casada , fez curso superior na Nilton Lins e está indo para o seu sexto mandato na Câmara de Manaus.

Pastora Yomara é ligada a causas sociais
Foto: Instagram

Yomara Lins tem 52 anos é casada, pastora evangélica, formada em Direito pela Ufam e atua em ações sociais em Manaus.

Thayssa Lippy é estreante mas filha de deputado. Foto: Instagram

Thaysa Lippy é casada , empreendedora , advogada e tem 28 anos.

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