Em meio a atos, partido decide pedir afastamento do líder do Paraguai

© Reuters/Andres Stapff
Compartilhe

Os deputados do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) decidiram entrar nesta terça-feira (9) com um pedido de julgamento político para afastar o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez.

O processo é parecido com o dispositivo do impeachment no Brasil –mas pode ocorrer de modo muito mais rápido se a maioria do Congresso for favorável ao afastamento.

Conheça nossos serviços

– Mentorias
– Media Training
– Digital Influencer
– Cerimonialista
– Produção de Vídeos
– Curso – Método da Rosa

O movimento dos parlamentares se dá na sequência de manifestações que têm tomado as ruas principalmente da capital, Assunção, contra a condução da pandemia de coronavírus pelo governo.

Se for afastado do cargo, o mandatário de centro-direita, aliado do presidente Jair Bolsonaro no Mercosul, será o primeiro líder a cair em decorrência da crise sanitária.

O país vinha controlando a disseminação do vírus com a imposição de medidas restritivas, mas desde janeiro a curva de infecções começou a aumentar. Os registros diários de novos casos estão acima de mil desde 15 de fevereiro –nos primeiros meses da pandemia, o número de casos diários não chegava a cem.

O Paraguai também identificou, na semana passada, a presença da variante brasileira do coronavírus no país.

No último fim de semana, os protestos contra o governo de Benítez reuniram muita gente, houve repressão das forças de seguranças, e pelo menos 20 pessoas ficaram feridas.

Para que o pedido de julgamento político contra Benítez seja aceito, são necessários 53 votos –o PLRA, que deve iniciar o processo, tem somente 29 deputados.

O partido majoritário no Congresso é o Colorado, o mesmo de Abdo Benítez. A maioria dos integrantes da legenda, no entanto, é alinhada ao ex-presidente Horacio Cartes, reunida na corrente Honor Colorado. Por ora, esse grupo não apoia o impeachment, e os deputados afirmaram que não estarão presentes na sessão de terça-feira.

“Nós sabemos que não temos os votos. Mas não se pode dar o jogo por perdido”, disse à reportagem Efraín Alegre, líder do PLRA, ex-senador e ex-candidato à Presidência.

“Se estamos frágeis no Congresso, a população está forte nas ruas e vai fazer com que Cartes tenha de mudar de ideia. Vai pressioná-lo para que deixe de apoiar Abdo Benítez”, acrescentou o opositor.

Para Alegre, o poder do ex-presidente Cartes “é grande e hoje sua vontade predomina, mas não se pode esquecer que a população também lhe coloca limites, como aconteceu com a reeleição”.

Ele se refere ao episódio de março de 2017, quando Cartes tentou aprovar, apenas com seus parlamentares, uma emenda constitucional que permitiria que ele se candidatasse à reeleição, o que é proibido pela legislação atual.

O resultado foi que manifestantes incendiaram parte do edifício do Congresso, num protesto violento que terminou com um morto.

“Seu poder é grande, mas vem do dinheiro, de comprar todo mundo com o que ganha com seus negócios ilícitos, como o contrabando de cigarros. A Cartes interessa ter Abdo Benítez no cargo frágil, porque pode manipulá-lo. E Abdo Benítez tem, com isso, impunidade”, afirma Alegre.

O empresário e ex-presidente é dono de uma das principais fábricas de cigarro da região e enfrenta acusações de exportar o produto, também de modo ilegal, pela porosa fronteira com o Brasil.

Alegre ainda acrescenta que a crise paraguaia poderia ser resolvida pelo Brasil, se houvesse vontade política.

“Para Bolsonaro, é um grande negócio ter um entendimento com Abdo Benítez que é submisso com relação ao uso da hidrelétrica de Itaipu. O atual acordo dá muitas vantagens ao Brasil. Um outro presidente poderia mudar isso. Então claro que Bolsonaro deve adorar Abdo Benítez.”

O deputado acusa ainda Cartes de depender do contrabando ilegal do cigarro pela fronteira do Brasil para “pagar todos esses deputados que mantêm seu poder”.

Conheça nossos serviços

– Mentorias
– Media Training
– Digital Influencer
– Cerimonialista
– Produção de Vídeos
– Curso – Método da Rosa

“Então, claro que o Brasil tem a ver e pode ajudar a mudar nossa democracia”, diz.

Na noite desta segunda (8), quando manifestantes começaram a chegar às redondezas do Congresso, na capital paraguaia, o encontraram cercado por várias quadras. Policiais impediram que as pessoas se aproximassem do edifício.

Houve um encontro entre carreatas: os grupos que gritavam pela renúncia de Abdo Benítez cruzaram com a marcha pelo Dia Internacional das Mulheres, na qual as manifestantes carregavam bandeiras pedindo a liberação do aborto e o fim da violência de gênero.

O som de buzinas ecoou por todo o centro da cidade.

As mulheres também carregavam cartazes pedindo a saída do presidente. “Marito, basura, vos sos la dictadura” (Marito, lixo, você é a ditadura) era um dos gritos de guerra das manifestantes.

Enquanto isso, o comércio da cidade ia fechando as portas metálicas das lojas. Alguns sem dar bola ao burburinho dos protestos, outros apoiando os manifestantes com gritos e braços levantados.

Fonte: Folhapress

Voce pode gostar também!

Conheça meus serviços

É um serviço especializado realizado por mim Jornalista Marcela Rosa , especialista em telejornalismo e produção de vídeos e textos para vídeos e TV, Na minha mentoria on line eu vou te orientar de forma individualizada nos seus trabalhos de vídeo ou ainda de textos para TV ou internet.

Saiba mais

Nas Redes Sociais, como jornalista,eu atuo de uma forma diferenciada. Na verdade, uso a minha imagem e o meu texto (fala) como “referência” digital para produtos e serviços que coadunam com meu perfil de mulher adulta, mãe e profissional da comunicação.

Saiba mais

O Cerimonial de uma jornalista busca sempre aliar competência e credibilidade com a imagem e a voz que vão representar empresas e organizações.

Saiba mais

O meu maior Knowhow é sem dúvida a produção, redação e apresentação de vídeos jornalísticos. E todo este conhecimento é reproduzido nas propostas institucionais.

Saiba mais