Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, terão nesta quarta-feira (16/06) em Genebra, na Suíça, o primeiro encontro cara a cara desde que o norte-americano assumiu o cargo em janeiro deste ano.
A conferência acontece durante o “ponto mais baixo dos últimos anos” da relação entre os dois países, conforme descreveu Putin e concordou Biden em entrevistas recentes. Na mesa, devem estar temas espinhosos, como as sanções aplicadas pelos EUA aos russos em abril, acusações de interferência eleitoral e de crimes cibernéticos, a soberania da Ucrânia e a prisão do opositor russo Alexei Navalny, detido sob a acusação de “extremismo”.
Em abril, o embaixador norte-americano na Rússia, John Sullivan, deixou Moscou após o Kremlin sugerir que ele voltasse ao país dele para consultas. Antes, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, foi chamado de volta de Washington após Biden chamar Putin de “assassino”. Não ter um embaixador em nenhum dos países tornou a condução da diplomacia entre as nações ainda mais difícil.
O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, e o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, concordam que a cúpula de hoje é essencial para evitar que as relações continuem a se deteriorar. “Este é um começo para testar se a Rússia está interessada em um relacionamento mais estável e previsível e para encontrar áreas para trabalharmos juntos. Não vamos obter a resposta em uma reunião. Teremos que ver o que virá dessa reunião”, afirmou Blinken .
“A razão principal para que (Putin) vá é o mau estado entre as relações dos dois países. E um nível crítico desta relação exige uma conferência entre nossos respectivos países, porque é a única maneira de evitar uma maior degradação do nosso diálogo”, disse Peskov.
A conversa entre os dois líderes não será fácil. No começo de junho, Biden disse que defenderia a “soberania e a integridade territorial da Ucrânia”, enquanto tropas russas se movimentavam para a fronteira leste, onde soldados ucranianos estão em conflito com separatistas apoiados por Moscou. Outro ponto é sobre o crítico do Kremlin, Alexei Navalny, que foi preso no início deste ano por supostamente violar os termos da liberdade condicional de um processo de 2014. Os Estados Unidos defendem a liberdade de Navalny.
Em entrevista coletiva no inicio desta semana, Biden disse que “se ele (Putin) escolher não colaborar e agir da maneira que agiu no passado em relação à cibersegurança e outras atividades, vamos responder e responderemos à altura”.
O encontro de Biden e Putin marca o fim da primeira viagem internacional do novo presidente dos Estados Unidos, que começou com a conferência do G7, no Reino Unido, na última sexta-feira (11/06), e com a cúpula da Otan, na Bélgica, na segunda (14/06).