As ações humanas insustentáveis, como desmatamento e emissão de gás carbono, podem afetar significativamente os ciclos naturais dos ecossistemas.
E na Bacia Amazônica, o Rio Madeira tem sofrido com mudanças e variações extremas no clima e na hidrologia. Sabendo disso, pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) desenvolvem um sistema para prever os fenômenos e reduzir os impactos.
Além do equilíbrio ambiental, os eventos afetam a economia, a agricultura, a navegação fluvial, a geração de energia e as vidas dos povos, explica o coordenador do projeto, Francis Corrêa.
Etapas
O projeto está sendo desenvolvido com foco na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Madeira, área que abrange os municípios de Borba, Manicoré e Novo Aripuanã, e abriga 45 comunidades com cerca de 1.200 famílias.
A pesquisa é dividida em duas etapas, e a primeira foca em observação e monitoramento de dados de temperatura, umidade, vento, pressão, precipitação e radiação.
“A escolha da região da RDS deve-se à grande vulnerabilidade dos povos e comunidades que habitam aquela região aos eventos hidroclimáticos. O monitoramento do clima de longo período mostra o aumento da ocorrência de eventos extremos hidroclimáticos naquela região”, diz Francis
A segunda trata da instalação e configuração de modelos climáticos e hidrológicos para monitoramento dos órgãos públicos.
“Uma vez que o sistema torne-se operacional, poderá auxiliá-los no planejamento de ações para redução e mitigação dos efeitos das secas e enchentes”, conclui o pesquisador.