De volta ao trabalho, o entregador de aplicativo Max Angelo (36) tenta retomar a vida depois de ter sido agredido no último dia 9, em São Conrado, na zona sul do Rio. Nesta terça (18/04), um dia após voltar às entregas, ele se viu novamente na 15ª delegacia, na Gávea, para tomar conhecimento das alegações da ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias, 53, que o agrediu.
Max disse ter ficado perplexo com a afirmação da ex-atleta, em depoimento à polícia, de ter sido vítima de homofobia. À Folha, a defesa do entregador negou a versão da mulher.
O advogado Roberto Butter, responsável pela defesa de Sandra, afirmou que ela não pode comentar o caso porque as investigações estão sob sigilo. A polícia não confirmou essa informação.
Casado e com três filhos, Max sustenta a família como trabalhador informal há um ano e meio, desde que perdeu o emprego de carteira assinada. Para fazer as entregas, ele usa uma bicicleta e chega a pedalar até 18h por dia.
No último dia 9, imagens registraram a agressão. A gravação mostra quando Sandra pega a guia de um cachorro e avança para cima de Max, atingindo-o nas costas. O entregador não reage. A ex-atleta também é suspeita de cometer injúria racial -ela teria se referido a ele como “preto favelado”.
Na delegacia, ela alegou ter utilizado a guia do cachorro para se defender do entregador e negou as acusações de racismo contra ele.
Para a defesa de Max, no entanto, as imagens são claras em relação à agressão. O advogado Joab Gama de Souza afirmou que a mulher pode acabar ainda respondendo peplo crime de calúnia, caso insista nas alegações de homofobia por parte do entregador.
“Essa alegação dela [Sandra Mathias] não se sustenta. Max ficou perplexo porque ele nem sabia ela que era homossexual, soube somente ao ter conhecimento do depoimento dela na delegacia. Ela está usando isso como cortina de fumaça para reverter a situação e se fazer de vítima”, disse o advogado.