Estamos perto de ver o topo da inflação, diz presidente do Banco Central

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira que o pico da inflação está próximo, após o BC ter errado em seus prognósticos de que isso aconteceria em setembro, pontuando que haverá melhora a partir do ano que vem.

Ao participar de evento virtual com empresas do mercado imobiliário promovido pelo Secovi-SP, ele afirmou que o BC imaginava “em algum momento” que o auge da inflação ocorreria em setembro, mas isso não ocorreu em função dos “choques de energia (que) vieram de forma consecutiva, surpreendendo a todos” e do aumento da gasolina subindo na bomba puxado pelo etanol.

“A gente acabou tendo elemento de energia … surpreendendo mais e espalhando mais nas cadeias”, disse.

“A gente acha que a gente está perto, olhando 12 meses, de ver o topo (da inflação) e a gente entende que a partir do ano que vem a gente vai ver uma melhora”, complementou.

Na quinta-feira, o IBGE divulgou que o IPCA-15, prévia da inflação oficial, subiu 1,17% em novembro, acumulando alta de 10,73% em 12 meses, bem acima do teto da meta oficial –3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

Em 12 meses, o IPCA acelerou a 10,67% em outubro, resultado mais forte desde janeiro de 2016 (+10,71%).

Durante sua participação, Campos Neto também indicou que o BC deve piorar sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, mas não na magnitude apontada pelo mercado em suas últimas estimativas.

A última conta do BC, de alta de 2,1%, será provavelmente revista para baixo, disse, “mas não tão baixo” como a mediana em expectativas de agentes do mercado.

No último boletim Focus, a perspectiva do mercado era de crescimento de apenas 0,7% para a economia brasileira no ano que vem.

REANCORAGEM

Campos Neto voltou a ponderar que os banqueiros centrais podem cometer dois erros: subir excessivamente os juros básicos, com efeito negativo para a atividade, ou fazer isso de forma lenta demais, o que acarreta desancoragem da inflação e processo de indexação mais rápido.

“E depois, o processo de reancoragem, nós vivemos isso algumas vezes, é um processo muito mais duro porque é uma taxa de juros muito mais alta, por um período muito mais longo, e provavelmente não será feita sem colocar o país numa recessão maior”, disse ele.

O presidente do BC defendeu que a resposta de política monetária no caso brasileiro precisa ser diferente da de outros países pela existência de memória de inflação “logo ali”, em referência aos anos de 2015 e 2016, quando houve percepção de descontrole sobre o avanço de preços na economia.

O BC já elevou os juros básicos em 5,75 pontos este ano, tirando a Selic da mínima histórica de 2% ao ano que vigorou até março para o patamar atual de 7,75% ao ano.

A perspectiva é de novo ajuste para cima na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 7 e 8 de dezembro, sendo que BC sinalizou em outubro que antevia nova alta de 1,5 ponto na taxa básica.

“A gente entende que a gente tem o instrumento que dá para fazer o trabalho num horizonte relativamente não muito longo e depois a gente consegue voltar a uma normalidade com credibilidade”, disse Campos Neto.

POUPANÇA

Questionado sobre o tema da poupança, o presidente do BC afirmou que a autarquia tem estudado o tema e tem “obviamente” vontade de fazer mudanças, mas pontuou que isso tem que acontecer de forma faseada e bastante lenta para não criar ruptura no financiamento.

Campos Neto disse concordar que em algum momento seria preciso pensar em fórmula de poupança que fosse mais “hedgeável” e casada com destinação dos recursos.

“É coisa que a gente tem olhado”, afirmou ele, ressalvando que o tema provavelmente demandará a realização de consulta pública.

Ainda sobre o assunto, Campos Neto esclareceu que quando o BC comunicou preocupação com o “lower bound” –em referência à existência de um limite mínimo para os juros– se referia à fuga de recursos para a poupança com a Selic em patamares baixos.

“Nosso debate sobre o lower bound não era sobre política monetária, a gente estava preocupado com migração muito excessiva para poupança e engarrafamento que isso podia causar”, disse ele.

Agora, num quadro de subida dos juros básicos, a preocupação é com a migração contrária, destacou ele, acrescentando que o BC irá discutir o impacto dos juros altos para o crédito imobiliário em reunião com CEOs de bancos nesta sexta.

De qualquer forma, Campos Neto afirmou acreditar que, para esse setor, o efeito “não será tão grande”, apesar de algum impacto na margem.

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