Estudo do IBGE aponta que Amazonas já tinham déficit de leitos antes da pandemia de coronavírus

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Um estudo feito pelo IBGE a partir do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (DataSUS) mostrou que o Amazonas está entre os cinco Estados em que o sistema de saúde já apresentava problemas além da baixa oferta de médicos, enfermeiros, leitos de UTI e respiradores, antes mesmo da pandemia.

Além do Amazonas, Acre, Amapá, Pará e Maranhão também apresentavam no ano passado os menores índices de distribuição de médicos para cada 100 mil habitantes entre todos os estados do País. Recursos necessários para o combate da covid-19, como leitos e ventiladores mecânicos, também eram baixos em diversos estados daquelas regiões.

“Os indicadores, tanto de recursos físicos quanto de recursos humanos, são bastante inferiores nos estados do nordeste e do norte em relação às outras regiões do País. Chama a atenção também o Amazonas, que tem como peculiaridade o fato desses recursos se concentrarem muito em Manaus”, diz Claudio Stenner, coordenador de Geografia e Meio Ambiente do IBGE e um dos responsáveis pelo estudo.

Com a marca de 10 mil casos confirmados de covid-19 e 806 mortes registradas desde o início da pandemia, o Amazonas tinha em dezembro 111 médicos para cada 100 mil habitantes. Como comparação, o Distrito Federal – que apresenta os melhores índices – possuía mais que o triplo: 338 médicos para cada 100 mil habitantes. A falta de profissionais também já era vista no quadro de enfermeiros. O Amazonas tinha no ano passado 102 enfermeiros para cada 100 mil habitantes, ante 198 no Distrito Federal.

Segundo o IBGE, em dezembro do ano passado o Piauí apresentava a menor oferta de leitos de UTI entre todos os estados: apenas 7,1 para cada 100 mil habitantes. Amazonas (7,0), Acre (5,4), Amapá (5,4) e Roraima (4,1) vinham na sequência.

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A pouca oferta de respiradores é outro aspecto que fica evidente. Os estados que apresentaram os menores índices de distribuição dos aparelhos para cada 100 mil habitantes foram o Acre (16,3), Alagoas (15,2), Maranhão (13,9), Piauí (13,7) e Amapá (10,4). Novamente, o Distrito Federal era o mais bem servido, com 63 aparelhos disponíveis para cada 100 mil.

O estudo foi feito com base em dados disponíveis sobre a realidade do sistema de saúde no ano passado, e ainda não há uma série histórica para que se possa comparar a evolução da oferta de profissionais de saúde, leitos e equipamentos nos estados. Os pesquisadores concluíram o trabalho em cerca de um mês, e o intuito é contribuir para a realização de políticas públicas de combate à pandemia do novo coronavírus.

“A gente não tem uma explicação de o porquê de um estado ou região estar em condições melhores do que outro, apesar de haver uma certa correlação entre PIB per capita e quantidade de unidades de saúde. Nossa ideia com o estudo é evidenciar essas diferenças. Num exemplo hipotético, é possível analisar que dentro de um estado certa microrregião esteja mais carente de recursos ou equipamentos que outra, e os gestores direcionarem mais esforços para lá”, conclui Stenner.

Profissionais da saúde com salários atrasados

No mês de março, depois de iniciado os casos de coronavírus no Amazonas, os profissionais de saúde terceirizados que atuam em unidades de saúde do Amazonas fizeram uma manifestação para cobrar os salários atrasados e melhores condições de trabalho. A classe alegou estar oito meses sem receber pagamentos.

Na época a presidente do sindicato, Graciete Mouzinho, comparou o trabalho sem pagamento como escravidão. “Todos estão com salários atrasados, é um absurdo. Já denunciamos, conversamos com o Ministério Público em relação aos pagamentos, mas até agora nenhum retorno. Nossos enfermeiros estão deixando filhos em casa, mas tem um pão para deixar. Conta de luz e água atrasada, sem falar no aluguel. Queremos que o Governo tome uma atitude e contrate os funcionários como fizeram com os técnicos, pois, somente assim, iremos sair da escravidão”, disse.

“Êxodo” de médicos do Amazonas

No ano passado, houve “êxodo” de médicos do Amazonas para outras regiões. De acordo com o presidente da Associação Médica do Amazonas (AMA) e secretário do Conselho Regional de Medicina (CRM), Jorge Akel, além da falta de equipamentos de proteção para trabalhar, médicos, enfermeiros e técnicos precisam lidar com os atrasos da remuneração que vêm se arrastando nos últimos cinco anos. O atual governo herdou da gestão anterior os débitos com as cooperativas médicas, que atuam na rede pública de saúde.

“O discurso do Estado é que no contrato com as cooperativas está previsto que pode haver um atraso de até três meses dos salários, como se os médicos fossem uma mercadoria comprada da empresa – e não, eles estão prestando serviço médico. Esses profissionais têm nome, CPF e uma família (para sustentar)”, disse Akel.
Cerca de 549 profissionais, em 2019, solicitaram transferência do Amazonas para outros Estados, segundo dados do CRM-AM. Conforme o secretário do conselho, a maioria foi embora por causa de dificuldades para manter a família, em razão dos constantes atrasos nos pagamentos.

Segundo o Governo do Amazonas, sempre que a data prevista para pagamento fica para depois do dia cinco de cada mês, antecipa o salário dos servidores. Neste ano, além dessa antecipação referente ao salário de abril, que é pago em maio, o mesmo já ocorreu com o pagamento de janeiro depositado em fevereiro e, também, vai ocorrer com os que serão depositados em agosto, outubro, novembro e janeiro de 2021.

O pagamento de abril ao invés de ser depositado em dois dias, seria pago em uma única data: cinco de maio. Mas, por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus e para reduzir as aglomerações nas agências bancárias, servidores ativos da saúde, bombeiros e policiais militares receberão um dia antes.

Profissionais da saúde com Covid-19

Até esta quinta-feira,07, Manaus tem mais de mil profissionais da saúde infectados com Covid-19, segundo a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde). Eles representam 5,5% do total de confirmados no Amazonas e dentre eles, 12 pessoas já morreram vítimas da doença.

 

*Redação com Agência Estado

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