Segunda-feira (24/10) foi o Dia Internacional dos Botos de Água Doce, mas infelizmente não temos o que comemorar. Pelo contrário, é uma data de conscientização e uma oportunidade para ficarmos mais alertas do que nunca!
Dados apresentados no recém-lançado Relatório Planeta Vivo 2022 mostraram que os animais de água doce estão enfrentando grande risco de extinção, e o boto amazônico (Inia geoffrensis) está entre essas espécies.
Segundo o estudo, entre 1994 e 2016, a população de botos cor-de-rosa na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas, diminuiu 65%.
Entre as causas principais estão a contaminação por mercúrio, captura não intencional em redes, ataques em represália pela danificação de equipamentos de pesca e captura para o uso como isca na pesca da Piracatinga.
“Os botos têm grande capacidade de se aproximar e interagir com humanos, o que acaba gerando situações
de conflito com a atividade pesqueira que, frequentemente, terminam com a morte de indivíduos da espécie. Como
se trata de mamíferos, assim como nós, eles também
são particularmente afetados pela poluição do mercúrio despejado nos rios pelo garimpo. Os altos níveis de mercúrio levam ao desenvolvimento de vários problemas de saúde e esta é uma condição compartilhada por botos
e populações ribeirinhas” – Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil.
As informações científicas apresentadas na 14ª edição da publicação bianual da Rede WWF provam que enfrentamos uma dupla emergência global provocada pelas ações humanas e que ameaçam o bem-estar das gerações atuais e futuras: a crise climática e a crise de perda de biodiversidade, que não são apenas problemas ambientais, mas também questões econômicas, de desenvolvimento, de segurança, sociais, morais e éticas.
Além de continuar protegendo o que ainda há de natureza, precisamos intensificar nossas ações de restauração para combater o declínio das populações e evitar a extinção de milhares de espécies. Só assim poderemos construir um futuro mais justo, saudável e harmonioso para todos.