Um encontro festivo marcou o início das comemorações dos cinco anos do Centro de Medicina Indígena de Manaus Bahserikowi, nesta sexta-feira (10/06), no centro histórico. Uma roda de conversa abriu o evento destacando a importância do centro Bahserikowi para o reavivamento da cultura ancestral , representado pelo povo tukano.
Um dos fundadores do centro de medicina Bahserikowi, o antropólogo João Paulo Barreto Tukano, comentou que o projeto pensado há cinco anos foi além do imaginado em preservar a cultura ancestral e tornar conhecida dos povos que aqui vivem e dos mais distantes que visitam Manaus.
“A gente criou esse centro para dar visibilidade e conseguimos. O centro de medicina se tornou uma referência e um exemplo de motivação para outros povos, no Brasil e até no exterior. Também conseguimos o objetivo de impactar a sociedade, tanto quanto a universidade. Aqui nós recebemos visitas de vários estudantes, sejam da escola pública ou particular”, informou João Paulo.
Uma das missões do grupo, segundo ele, é o de mobilizar diversos grupos indígenas. “Todas as lideranças indígenas do Brasil sabem que existe essa casa e olham com muito carinho. E virou também um ponto de cultura onde é possível ter a experiência da gastronomia e artesanato. Temos um pouco de tudo, arte e artesanato, grafite, oficina, festas tradicionais e a comida. Então, se tornou um espaço de convivência”, concluiu.
O presidente do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Tenório Telles, participou do evento e destacou a importância do centro Bahserikowi .
“Manaus é na verdade uma cidade indígena, mas durante muito tempo esse reconhecimento e percepção ficaram de certo modo no silêncio, pela falta de informação e pelo preconceito. Felizmente, hoje, percebe-se que os temas indígenas começam a fazer parte da cidade e, principalmente, das ações do poder público municipal”, observou.
“A parceria que se estabeleceu entre a Manauscult e o Concultura deu muitos resultados. E o principal deles foi esse resgate da memória ancestral da cidade de Manaus, com o reconhecimento da praça Dom Pedro II como espaço sagrado, e a sua transformação no Memorial da Aldeia da Memória Indígena de Manaus, inaugurado pelo prefeito David Almeida”, explicou Telles.