É difícil ver uma banda mais à vontade em um palco do que os Foo Fighters no Palco Mundo neste sábado (28), no encerramento da segunda noite de Rock in Rio 2019.
A banda tem turnê já testada e aprovada por brasileiros. Até um expediente já usado em duas outras passagens deles pelo país, de levar um casal para ficar noivo no palco, foi repetido.
E o resto do line-up era 100% alinhado: os parceiros Tenacious D e roqueiros da mesma safra deles, de meados dos anos 90: Weezer, Raimundos e CPM 22.
Para reforçar o ambiente “a favor”, a noite foi de covers celebrados da banda anterior do líder Dave Grohl, o Nirvana: a versão forró de “Smells like teen spirit” com Tenacious D e a “Lithium” do Weezer.
Aos 50 anos, Dave Grohl deu seus gritos e fez gracinhas de “labrador humano do rock” Assim como o cão bonzinho e agitado, ele é um ícone da simpatia no rock, algo que o Brasil sempre aprecia.
No repertório, não houve surpresa. Esta é a quinta passagem do Foo Fighters no Brasil – a segunda só da turnê do disco “Concrete and gold” (2017). Os discos mais lembrados foram ele e o segundo, “The colour and the shape”, de 1997.
Uma das poucas vezes em que o público dispersa (mas nem tanto) é lá pela metade em “Sunday Rain” com Taylor Hawkins no vocal. Ele toca com a cara de Noel Gallagher estampada no bumbo. Noel e Dave são amigos costumam se zoar em entrevistas.
Um exemplo de esforço exagerado dos Foo Fighters de agradar é que, apesar de terem repertório de sobra, tocam covers. “Under pressure”, do Queen, ou citações a Rolling Stones, jogam para a galera e ao mesmo tempo indicam uma tentativa de entrar no time.
É como uma candidatura ao posto de dinossaruinho do rock. O show tem alguma enrolação, com Dave batendo papo, estendendo as músicas e dando gritos em defesa do rock e da animação do público.
Descontando o tempo dessa conversa sobre o tema, cabia ali mais pelo menos meia hora de rock em ação. Mas todo mundo parecia muito satisfeito com a teoria e a prática.