O estado de São Paulo observou um céu diferente nos últimos dias, isso por que a fumaça das queimadas na Amazônia já se espalha por diversos estados mais ao sul do país.
A nuvem de fumaça pode ser vista pelas imagens de satélite disponibilizadas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) –são milhões de km² afetados.
A extensão da nuvem cinzenta também pode ser vista pelo serviço europeu de monitoramento atmosférico Copernicus.
Além das queimadas –associadas a elevados níveis de desmatamento– na Amazônia, áreas de queima na Bolívia também contribuem com a situação.
Em seis dias de setembro, a Amazônia já soma mais de 16 mil queimadas –praticamente o mesmo valor registrado em todo o mês de setembro de 2021.
As imagens atuais de satélite também lembram o que se viu em 2019. Mas essas não foram as únicas vezes em que algo do tipo ocorreu e isso é um fenômeno relativamente comum.
Em um artigo publicado em 2019, após o céu paulistano escurecer, Alberto Setzer, pesquisador do Inpe, apontava que, em anos secos, é comum que as queimadas lancem suas nuvens de fumaça por milhões de km² no continente sul-americano. Tais nuvens só se desfazem pelas chuvas.
Em seu artigo, Setzer afirma que, em 2019, a concentração de fumaça, mesmo com a “ajuda” do fogo do Paraguai, não era suficiente para escurecer toda a cidade de São Paulo. Tal escurecimento pode, então, ter sido provocado por nuvens baixas e médias muito concentradas e espessas.