A pandemia de Covid-19 e alta do dólar já eram motivos de preocupação para economia brasileira. A guerra na Ucrânia, protagonizada pela Rússia, aumenta ainda mais a instabilidade a recuperação financeira.
E em meio a esses cenários, os funcionários do Banco Central do Brasil (BCB) iniciaram uma greve nesta sexta (01/04), reivindicando aumento em seus salários.
Porém, o BCB informou que incluiu o Pix em sua lista de serviços essenciais, em meio à greve.
A greve está ocorrendo enquanto o presidente do BCB, Roberto Campos Neto, está em Miami em férias pré-agendadas.
Movimentação
Os funcionários votaram na última segunda por uma greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril (sexta), citando demandas não atendidas de aumento salarial.
Em seu pronunciamento, Fabio Faiad, presidente do sindicato dos trabalhadores Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), também lamentou o momento das férias de Campos Neto.
“Infelizmente, em um momento tão importante, o presidente do banco central saiu de férias para Miami, o que não ajuda em nada para encontrarmos uma solução para esta crise”, disse.
Campos Neto se reuniu virtualmente com representantes dos trabalhadores na terça (29/03), mas Faiad disse que a reunião foi “um fiasco”, sem propostas.
Reajuste
De acordo com o Sinal, a expectativa de adesão está entre 60% e 70% da categoria. Sem reajuste nos últimos três anos, os servidores pedem uma recomposição de 26,3% e reestruturação de carreiras de analistas e técnicos.
Os analistas recebem um salário médio brutal aproximado de R$ 19 mil a R$ 27 mil, enquanto a remuneração de técnicos varia em torno de R$ 7,5 mil a R$ 12,5 mil.
Além disso, pedem a mudança de nomenclatura de analista para auditor e a exigência de nível superior para ingressos dos técnicos no BCB.
Os descontentamentos cresceram após o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciar reajuste apenas aos policiais federais. A verba destinada no Orçamento para elevar a remuneração dos servidores é de R$ 1,7 bilhão.
Fonte: Folha de S. Paulo.*