O garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami quase triplicou em 2022 na comparação com 2020 -quando teve início o monitoramento feito pela Polícia Federal na região.
Segundo esses dados, o garimpo ocupava 14 km² do território em 2020, passou para 23,73 km² em 2021 e para 41,83 km² em 2022, um crescimento de 76% em um ano e de 198% desde o início do monitoramento.
O último aviso das imagens de satélite veio em 6/05. Até 8/06, data da última consolidação de dados feita pela força, não houve mais nenhum.
“Isso significa que o garimpo acabou? Não, mas parou de avançar, houve uma interrupção pelo estrangulamento da logística. As vias fluvial e aérea foram inviabilizadas, suprimentos não estão chegando como antigamente e o escoamento está difícil”, diz o delegado Thiago Leão, do departamento de Repressão a Crimes Ambientais em Roraima.
“Ainda há garimpeiros resistentes. Nosso objetivo é fazer a prisão deles”, afirma.
Já a queda da expansão garimpeira acontece após a operação do governo federal que envolveu PF, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Funai (Fundação dos Povos Indígenas), Força Nacional, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e militares.
Segundo a PF, o fim do avanço do garimpo simboliza a transição da primeira fase da operação, focada no estrangulamento logístico, para a segunda, que visa impedir que a atividade retorne ao local.
A intenção agora é, junto com outros órgãos que atuam na área, ocupar o território Yanomami com novas bases e com equipes passando dias na floresta.