Governo contesta dados do Inpe sobre aumento do desmatamento

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente (foto: Evaristo SA/AFP)
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Após várias críticas aos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontaram aumento de 88% no desmatamento da Amazônia em julho de 2019 ante igual mês do ano anterior, o governo apresentou, nesta quinta-feira (1º/8), estudos que contrariam o índice apurado pelo sistema Deter. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a metodologia utilizada acumula ocorrências de outros períodos, por isso a expansão calculada em 88% na devastação da floresta amazônica não corresponde à verdade. Apesar de não apresentarem o número considerado real, o ministro e o presidente Jair Bolsonaro garantiram que o aumento no desmatamento foi muito menor.

Bolsonaro, que prometeu várias vezes uma “surpresa” em relação ao Inpe, voltou a afirmar que as questões ambientais têm uma repercussão enorme fora do Brasil. “Temos uma área muito grande na região amazônica cobiçada pelo mundo todo por suas riquezas minerais, pela sua biodiversidade, água doce, grandes espaços vazios, e muita coisa a ser descoberta ainda”, disse. O presidente destacou que há incidência de petróleo, outras riquezas, e os “nossos irmãos índios”, que devem receber por parte do Estado “todo carinho e consideração”. “Devem ser tratados como seres humanos, não apenas como pessoas pré-históricas”, ressaltou, antes de passar a palavra ao ministro Salles.
O titular do Meio Ambiente explicou que se reuniu com o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, e as equipes do Inpe e do Ibama para analisar com profundidade a informação de aumento da ordem de 90% no desmatamento. “De ontem para hoje, o número que vem sendo aventado é de 12%. Não queremos esconder a realidade. O desmatamento vem aumentando por diversas razões, mas é preciso fazer a real análise dos números”, explicou.
Segundo Salles, apesar dos esforços em operações de repressão, controle, fiscalização, ao longo de sete anos, o desmatamento aumentou. “O que mostra que a fórmula adotada até agora não é a mais adequada. Para que a discussão possa ser feita de forma razoável, é preciso retirar um pouco do sensacionalismo que está por trás das divulgações”, assinalou.
Para a comunidade científica, que garante que o Brasil é referência em monitoramento do desmatamento, a postura do governo pode derrubar a credibilidade do Inpe em termos globais. Indagado sobre isso, Salles garantiu que “não fragiliza a credibilidade do órgão”. “Ao contrário,  são medidas para dar mais condições de trabalho, reconhecendo o grande papel que cumpre.”

Confronto

Para confrontar os dados do Inpe, a apresentação do ministro focou o desmatamento do mês de junho de 2019, com base nas informações do Deter, a partir de um corte raso de 878,51 km² e 3.250 alertas de desmatamento. “Analisamos 500 dos 3.250. Os 500 maiores, que representam 493 km², 56% da área total. E verificamos que 493 km², 266 km² não ocorreram em junho de 2019, portanto não corroboram o percentual sensacionalista de 88%”, justificou.
Salles apontou várias ocorrências em meses de 2018 que foram computadas em junho deste ano e também outras que o Deter não teria apontado. “São só exemplos que permitem chegar a uma conclusão. Não estamos aqui para negar números, nem justificar coisas que vinham sendo feitas de maneira ilegal. Mas estamos aqui demonstrando que precisa ter muita responsabilidade na divulgação das informações”, reiterou.
O governo anunciou que vai construir um novo modelo de monitoramento por imagens de alta resolução, com tempo diário, para evitar lapsos temporais que provocam “distorções muito grandes”. “Isso vai se somar ao trabalho do Deter e vamos ajudar o Inpe, inclusive, ter seu quadro técnico recomposto”, afirmou Salles. Segundo ele, quem faz a análise não são servidores, mas bolsistas, e há rotatividade grande. “Queremos um corpo técnico permanente, capacitado.”
Indagado sobre o futuro do diretor do Inpe, Ricardo Galvão, Bolsonaro afirmou que “se quebrar confiança vai ser demitido sumariamente”. “Não tem desculpa para, quem quer se seja, divulgar um dado com esse peso de importância para o nosso Brasil. A perda da confiança é uma pena capital. Agora, teremos muita responsabilidade em realmente identificar se houve ou não má fé por parte dessa pessoa.”
Fonte: Correio Braziliense

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