SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ganhou nova etapa o processo que envolve a HBO e administração do patrimônio de Michael Jackson, morto em 2009, devido ao documentário “Leaving Neverland”, com acusações de supostos abusos sexuais praticados pelo cantor contra duas crianças.
Advogados da HBO alegaram nos autos de processo que se trata de “um trabalho expressivo sobre uma questão de interesse público” e que a reclamação de difamação póstuma por parte dos advogados do cantor é “mal disfarçada” e ilegal.
Para tanto, a HBO invocou a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que versa sobre a liberdade de expressão e de imprensa.
Na ação, a administração do patrimônio de Michael Jackson pede U$$ 100 milhões contra a HBO. O processo, de 53 páginas, apresentado em uma corte de Los Angeles, sustenta que a HBO violaria uma cláusula contratual que a impede de falar negativamente do cantor. Eles alegam que em 1992 a HBO exibiu um show de Michael na Romênia e naquele momento aceitou uma cláusula que a impede de falar mal e causar danos à reputação do músico.
Os advogados da HBO também reagiram disseram que o tal acordo está expirado. “Parece ser parte de um esforço para reforçar sua campanha publicitária contra o documentário”, disseram.
A acusação diz ainda que o documentário conta um só lado da história contra Jackson, baseando-se exclusivamente “nos relatos falsos de dois mentirosos em série comprovados”.
No filme de quatro horas há depoimentos de Wade Robson e James Safechuck, que dizem terem sido abusados sexualmente pelo cantor quando eram jovens, na década de 1990.
“Nos primeiros momentos, era apenas contato físico. Depois, ele estava com a mão no meu pênis. Em seguida, ele colocaria a minha mão no membro dele. Não parecia estranho. E ele dizia: “É assim que mostramos nosso afeto”, diz Wade no documentário.
James, por sua vez, revela: “Em Paris, Michael me disse: ‘Vou te ensinar uma coisa que todo mundo faz’ (ele referia-se a aulas de masturbação). Não tenho memórias ruins desse momento, a não ser a dificuldade de fazer xixi”.
O documentário, exibido pela HBO na TV, estreou mesmo foi Festival de Cinema de Sundance no início deste ano. À época, o espólio do cantor tentou impedir o lançamento, sem sucesso. Então, os representantes legais da propriedade de Michael logo ingressaram com um processo no Tribunal Superior de Los Angeles.
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