Imagine a cena: em uma emergência, para garantir o salvamento e atendimento de pacientes, um hospital pede o reforço de bolsas de sangue e é prontamente atendido por outro que, em minutos, consegue transportar e reabastecer o estoque necessário. Tudo é feito por drones, garantindo que a encomenda chegue em segurança e no menor tempo possível. Parece ficção, mas é uma realidade que está em fase de testes em Israel.
O projeto é liderado pelo hospital público Rambam Health Care Campus, localizado em Haifa, norte do país, e conta com drones desenvolvidos no Brasil.
A responsável pelo desenvolvimento dos drones é a empresa brasileira Speedbird Aero, que fabricou o equipamento com capacidade de carga de até 10 quilos. Sediada em Franca, interior de São Paulo, a empresa desenvolve toda tecnologia operacional necessária e ainda fabrica os Veículos Aéreos Não Tripulados – VANTs (UAVs, na sigla em inglês) para transporte e entrega de mercadorias para fins comerciais, industriais e de saúde, bem como drone-portos que fornecem a infraestrutura de suporte para esses veículos.
No teste piloto, realizado recentemente, um drone percorreu cerca de 25 quilômetros entre o Rambam HCC e o Galilee Medical Center, em Nahariya, também ao norte de Israel. O percurso seguiu um plano de voo pré-definido pela orla marítima e foi feito em 22 minutos, com decolagem e pouso pontuais e bolsas de sangue intactas e prontas para serem utilizadas.
“Nosso objetivo é encontrar maneiras de integrar veículos aéreos não tripulados aos sistemas de resposta a emergências de Israel, permitindo uma entrega mais rápida e eficiente de suprimentos médicos essenciais, incluindo bolsas de sangue, para áreas remotas, de difícil acesso ou em situações de emergência”, destaca Amir Ben-Yosef, diretor da Divisão de Operações do Rambam HCC.
Para ele, “num futuro próximo, essa solução inovadora de drone fornecerá uma resposta real e imediata a eventos extremos com os quais nós, como centro de trauma, somos obrigados a lidar, ampliando consideravelmente as chances de vida”.