Segundo o relatório do Observatório do Clima publicado nesta terça-feira (01/02), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) utilizou cerca de R$ 88 milhões dos R$ 219 milhões disponíveis para fiscalização e autuações por crimes ambientais. O valor equivale a 41% da verba total de 2021.
O documento aponta que não faltaram recursos financeiros, mas vontade de atuação em prol de causas ambientais, como incêndios florestais. Também que a maior parte da verba foi utilizada para folhas de pagamento, pensões e outros gastos obrigatórios, ao invés de investimentos em operações de campo.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, de agosto de 2020 a julho de 2021, houve uma perda de território em torno de 13.235 quilômetros quadrados. Somado a isso, o número de multas também diminuiu no período, contando com 2.534. Se comparado com o mesmo período entre 2017 e 2018, houve uma queda de cerca de 40%. E em relação aos embargos, foram realizados 452 na Amazônia em 2021, contra 2.397 em 2018, segundo o Observatório do Clima.
A notícia veio pouco depois dos compromissos firmados pelo Brasil na COP26, realizada em Glasgow no mês de novembro, que envolvem reduzir a emissão de gases poluentes em 50% até 2030 e a neutralização das emissões de carbono até 2050. Prometendo, ainda, zerar o desmatamento ilegal até 2028.