O isolamento na Europa, China e Estados Unidos causaram respostas ambientais rápidas: o ar está mais limpo. Sem tráfego rodoviário, viagens aéreas e outras atividades comerciais, na Europa a redução foi acentuada da poluição em várias grandes cidades como mostram novas imagens publicadas pela Agência Espacial Europeia.
Novos dados, baseados em observações do satélite Copernicus Sentinel-5P, mostram fortes reduções nas concentrações de dióxido de nitrogênio em várias grandes cidades da Europa – incluindo Paris, Madri e Roma.
As concentrações médias de dióxido de nitrogênio (NO2) no ar na província italiana de Bergamo, completamente paralisada pelo surto, foram 47% menores na semana passada do que na mesma semana do ano passado, informou a agência ambiental. Os níveis de NO2 em Roma foram 26% a 35% inferiores aos de 2019, informou a agência ambiental.
Grande parte da poluição por NO2 é causada por escapamentos de carros, razão pela qual os controles rigorosos dos movimentos de cidadãos levaram a declínios tão dramáticos.
Um efeito semelhante foi registrado nos Estados Unidos e na China.
O impacto das restrições relacionadas à pandemia na qualidade do ar é impressionante.
Segundo o Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da China, o número médio de “dias de boa qualidade no ar” aumentou 21,5% em fevereiro, em comparação com o mesmo período do ano passado na província de Hubei, epicentro da pandemia global de coronavírus.
Alguns cientistas disseram que a melhoria radical na qualidade do ar poderia salvar vidas. Marshall Burke, professor assistente do Departamento de Ciências do Sistema Terrestre de Stanford, disse que apenas a melhor qualidade do ar na China poderia salvar entre 50.000 e 75.000 pessoas de mortes prematuras.
“Isso significa que as pandemias são boas para a saúde? Não”, disse Burke. “Em vez disso, significa que o modo como nossas economias operam, sem pandemias, tem enormes custos ocultos de saúde e é necessária uma pandemia para ajudar a ver isso”.
A ligação entre poluição do ar e mortes prematuras foi bem estabelecida. Uma análise de 30 anos de 652 cidades em 24 países e regiões em seis continentes constatou que o aumento da poluição do ar estava ligado ao aumento de mortes relacionadas: quanto mais altos os níveis de poluição, mais rápido as pessoas morrem.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que cerca de 7 milhões de pessoas morrem todos os anos devido à exposição a partículas finas no ar poluído.
*Fonte Agência Espacial Européia e CNN
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