Indígenas da etnia Guarani e Kaiowá foram alvo de um ataque realizado por um grupo armado na quarta-feira (16/08) em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os indígenas relataram que o grupo invadiu o tekoha Avae’te, um acampamento próximo à reserva de Dourados, e efetuou disparos, mas ninguém ficou ferido.
Na madrugada de terça-feira (15/08), os indígenas afirmam que pistoleiros incendiaram dez casas, obrigando muitos deles a se esconderem no mato. O Cimi divulgou uma nota informando que os indígenas estão amedrontados e preocupados com possíveis novos ataques.
O Cimi aponta que, embora seja o primeiro ataque registrado este ano contra os guarani e kaiowá do tekoha Avae´te, ações semelhantes vêm ocorrendo desde 2018, quando teve início o processo de retomada das terras, gerando conflitos.
A reserva possui uma área de 2,4 mil hectares, considerada insuficiente para abrigar a população indígena local, que ultrapassa 13 mil pessoas. Diante disso, grupos indígenas têm estabelecido acampamentos próximos à reserva como forma de reivindicar a retomada de terras tradicionais atualmente ocupadas por fazendeiros.
Em 2007, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o objetivo de acelerar a demarcação das áreas reivindicadas nos arredores da Terra Indígena Dourados Pegua.