Tema tratado como tabu entre a população masculina, a infertilidade, que até pouco tempo era um problema atribuído exclusivamente às mulheres, entrou para a pauta dos homens e levantou polêmicas sobre eventuais causas e também tratamentos. Visto com certo preconceito, apesar da grande quantidade de informação disponível nos meios virtuais, o problema pode ter a influência de diversos fatores. Entre eles, estão: a baixa produção, ou, a má qualidade de espermatozoides, varicocele, além de processos infecciosos e alterações hormonais.
O cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo, explica que a infertilidade atinge um em cada cinco casais no mundo e, embora não haja uma estatística exata de qual dos sexos é mais propenso ao problema, uma coisa é certa: ele pode afetar o convívio social e causar até depressão.
“No caso dos homens, ainda há muito preconceito em torno do tema e, consequentemente, a busca por tratamento ainda é tímida. Mas, é importante frisar que para alguns casos, há sim tratamento, que pode ser realizado por um urologista. O desenvolvimento da varicocele é um exemplo de alteração que pode ser resolvida cirurgicamente, na maioria das vezes”, explicou.
A varicocele é o aparecimento de varizes no saco escrotal, provocado pelo mau funcionamento das válvulas nas veias, ou, pode ocorrer em função da compressão de uma veia por uma estrutura próxima. Como a doença geralmente não apresenta sintomas na fase inicial, não é notada na fase inicial. A não ser que haja o aumento das varizes por algum fator externo ou interno. Uma característica que está associada ao problema é a baixa produção de espermatozoides.
Ela pode ser detectada através de exames como o espermograma, que vai fazer a contagem dos espermatozoides. Especialistas consideram normal a produção de 20 milhões de espermatozoides por milímetro de esperma. O ideal é que 50% deles tenham a capacidade de chegar até a trompa para encontrar o ovário, o que provoca a fecundação. Esses são denominados ‘ espermatozoides móveis’.
Mas, homens com produção menor também estão aptos a engravidar uma mulher, já que os números não são considerados absolutos e o processo depende de muitas variáveis, como o ambiente, o período em que a mulher está, etc.
Hormônios
Figliuolo destaca que processos infecciosos e disfunções hormonais, como a baixa produção da testosterona, podem implicar em infertilidade. “Nessas situações, precisamos investigar a fundo, para garantir que tratamentos adequados, como a reposição hormonal, poderão surtir efeito e melhorar, inclusive, a qualidade de vida do paciente”, destacou.
Tabagismo e álcool
O tabagismo também é considerado um fator externo que contribui para a infertilidade. “Isso por que, ele compromete a qualidade do sêmen, o que torna o processo ainda mais difícil”, reforçou Figliuolo. Abusar do álcool, ter um comportamento sexual de risco – contrair DSTs – e o uso de drogas, também entram para a lista de vilões quando o assunto é fertilidade.